“Se o Irão quiser lutar, será o fim do Irão. Nunca mais ameacem os EUA”, avisa Trump

Donald Trump emitiu a declaração horas depois de o líder dos Guardas da Revolução, Hossein Salami, ter dito que o Irão não teme uma guerra.

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O Presidente dos EUA, Donald Trump CARLOS BARRIA/Reuters

O Presidente norte-americano, Donald Trump, alertou este domingo que uma possível guerra entre os Estados Unidos e o Irão seria “o fim oficial” daquele país do Médio Oriente.

Em tom de ameaça, Trump recorreu mais uma vez ao Twitter para alertar que, caso um conflito irrompa entre os dois países, o Irão será destruído. “Se o Irão quiser lutar, esse será o fim oficial do Irão. Nunca mais ameacem os Estados Unidos!”, escreveu o Presidente dos EUA.

Donald Trump emitiu a declaração horas depois de o líder dos Guardas da Revolução, Hossein Salami, ter dito que o Irão não teme uma guerra, ao contrário dos Estados Unidos, advertindo que o Médio Oriente pode converter-se “num paiol” para Washington. “Não procuramos a guerra nem a tememos. É a diferença em relação a eles [Estados Unidos], que têm medo da guerra”, afirmou num discurso durante uma cerimónia militar, que foi difundido pela televisão estatal iraniana.

Salami avisou que, quando a ameaça é remota, as forças iranianas apenas planeiam uma resposta estratégica, mas que, quando a ameaça se aproxima, também entram em acção “em termos operativos”.

A tensão na região do Golfo Pérsico tem aumentado e os Estados Unidos decidiram enviar para a região um navio de assalto anfíbio, um porta-aviões e caças-bombardeiros e designaram, em Abril, os Guardas da Revolução, uma força militar de elite, como grupo terrorista. 

Washington anunciou ainda a retirada de parte do pessoal diplomático das representações diplomáticas de Bagdad e Erbil, no Iraque, sem justificar (mas dizendo antes que havia informação concreta sobre um plano de ataque do Irão a alvos americanos).

Antes, quatro petroleiros foram alvo de sabotagem num porto dos Emirados Árabes Unidos e registaram-se ataques com “drones” a um oleoduto saudita, com Riade a acusar o Irão de ter ordenado esta acção contra os rebeldes huthis do Iémen.

Já o ministro dos Negócios Estrangeiros do Irão, Mohammad Javad Zarif, declarou no sábado que não vai haver guerra no país, quando a tensão na região está a aumentar e os Estados Unidos levam a cabo várias acções que dizem servir para prevenir um possível ataque iraniano e que Teerão tem classificado como “guerra psicológica”.

“Não vai haver guerra porque nem nós queremos uma guerra, nem ninguém tem a ideia ou ilusão de que pode confrontar o Irão na região”, disse Zarif, após uma visita a Pequim, segundo a agência iraniana IRNA.

O líder supremo iraniano, o ayatollah Ali Khamenei, também descartou uma possível guerra com os EUA. “Nem nós nem eles procuramos uma guerra”, assegurou Ali Khamenei, insistindo que o confronto não é de natureza militar, mas “um choque de vontades”, com Donald Trump a mostrar-se, até então, disposto a negociar com os líderes iranianos.

Os EUA retiraram-se no ano passado do acordo nuclear com o Irão e endureceram recentemente as sanções por causa do seu programa nuclear. Teerão tem pressionado a União Europeia (e China e Rússia, que permanecem signatárias) para melhores condições, ameaçando enriquecer mais urânio (o que poderia levar a um grau de enriquecimento suficiente para usar numa arma atómica).

O ministro dos Negócios Estrangeiros do Reino Unido, Jeremy Hunt, tinha já avisado para o risco de um erro de cálculo de um deles poder mesmo levar a um conflito, apesar de nem os EUA nem o Irão quererem uma guerra.

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