No dia da abelha não a mate, celebre-a

As abelhas são fundamentais para garantir a cadeia de abastecimento alimentar e preservar o equilíbio ecológico. A sua sobrevivência preocupa muitos, incluindo marcas de cosméticos. O seu dia celebra-se a 20 de Maio.

Foto
As colmeias gregas da Apivita DR

A Apivita não vai celebrar um dia, mas uma semana. A Guerlain lembra o trabalho que faz para que estes insectos. A Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra (FCT/UC) vai abrir as suas portas para dinamizar actividades. A Quercus de Aveiro quer dar a conhecer um projecto exemplar. Nesta segunda-feira comemora-se o Dia Mundial da Abelha, escolhido pelas Nações Unidas para sensibilizar o mundo para a necessidade de preservar este animal, fundamental para manter o equilíbrio ecológico.

Neste domingo, o Núcleo Regional de Aveiro da Quercus apoia a iniciativa do projecto Aidos da Vila, em Vilarinho do Bairro (ao lado da Curia, Anadia, e a meio caminho entre Aveiro e Coimbra), numa actividade organizada pelo projecto de etnobotânica, com uma palestra e uma pausa degustativa de produtos de apicultura e provenientes da variedade florística da quinta pedagógica, além de uma visita guiada. Tudo a partir das 14h e até às 18h30.

Em Coimbra, nas instalações da faculdade, entre as 10h e as 12h30 de segunda-feira, os investigadores vão promover diversas actividades hands on, por exemplo, colmeias de observação, colecções de polinizadores e observação de diferentes tipos de pólen e mel. A iniciativa visa alertar para a “importância dos serviços de polinização prestados pelas abelhas. Cerca de 87% das plantas com flor dependem da polinização, e 77% do fornecimento de alimento a nível mundial está dependente deste serviço”, refere a escola, citada pela Ambiente Magazine.

Mas não é só na produção dos alimentos – um terço de todos os alimentos, das cenouras às amêndoas, dependem da polinização para serem produzidos – que se reflecte o trabalho das abelhas, os seus derivados podem ser usadas na farmácia e na beleza, que o diga Nikos Koutsianas, farmacêutico grego, oriundo de uma família de apicultores que desenvolveu o seu projecto de vida em torno das abelhas, não na produção do mel propriamente dita, mas nos seus derivados para fazer produtos de beleza e farmacêuticos. Há 40 anos nasceu a marca Apivita – que junta no seu nome as abelhas (api) e a vida (vita) –, e que chegou recentemente ao mercado português.

Apesar de ter colmeias próprias, a Apivita – adquirida pelo grupo francês Puig em 2017 – também compra os derivados de abelha a outros apicultores gregos porque objectivo não é fazer uma exploração intensiva, mas retirar 40% da produção das colmeias de maneira a preservar o impacto ambiental. Ao longo do ano, as colmeias também são mudadas de sítio, o que permite a polinização e obter um produto mais rico. Paralelamente, a marca tem programas de formação para os agricultores evitarem, por exemplo, o uso de químicos, de maneira a não matarem as abelhas.

Assim, o Dia Mundial das Abelhas é assinalado com uma campanha de consciencialização do público – que vai ser feita nas farmácias e parafarmácias, onde a Apivita é vendida –, para a importância destes insectos e do seu papel para preservar o meio ambiente e a biodiversidade. Não será um dia, mas uma semana em que serão oferecidas sementes de flores aos consumidores, para que as semeiem e “puxem as abelhas”, explica Maria Teresa Figueiredo, responsável da marca em Portugal. A Apivita convidou ainda a ilustradora Joana Soares, do blogue Violeta Cor-de-rosa, para fazer uma ilustração que assinale este dia. A ideia é, com esta campanha, chegar às redes sociais, onde se possam partilhar fotografias com as hashtags #savethebees e #worldbeeday.

Foto
Joana Soares/Violeta Cor-de-Rosa

Também a Guerlain lembra que esta espécie é “fundamental para o funcionamento de todo o ecossistema e responsável por parte das mais importantes matérias-primas” utilizadas pela marca. Em comunicado, explica que as propriedades do mel das abelhas negras da ilha de Ouessant, a poucos quilómetros da costa da Bretanha e considerada uma reserva da Unesco, é usada em alguns dos seus produtos de beleza. Por isso, preocupada com a possibilidade de extinção das abelhas, a marca francesa em parceria com a Associação Britânica de Conservação das Abelhas Negras, nos últimos 30 anos, tem-se dedicado à protecção desta espécie, garante.

Sugerir correcção
Ler 1 comentários