Governo abre concursos para recrutar 1264 jovens médicos

A maior parte dos lugares são para os hospitais, 853, mas nesta fase a tutela abriu também muitas vagas para médicos de família, 398. E, pela primeira vez, vão ser recrutados 135 profissionais com “perfil específico”.

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Rui Gaudêncio

O Governo acaba de abrir concursos para recrutar 1264 médicos para os hospitais públicos e para os cuidados de saúde primários em todo o país, cumprindo o prazo estabelecido na lei, que terminou na quinta-feira. É o maior concurso dos últimos anos para recém-especialistas e médicos sem vínculo no Serviço Nacional de Saúde.

Os médicos têm agora cinco dias úteis para se candidatarem aos 718 lugares para especialidades hospitalares e 13 para saúde pública, segundo os avisos esta sexta-feira divulgados pela Administração Central do Sistema de Saúde (ACSS) mas que têm a data de 16 de Maio no Diário da República. 

Pela primeira vez, o despacho do Ministério das Finanças que autoriza o Ministério da Saúde a abrir estes concursos inclui também 135 vagas para médicos com “perfil específico” para os hospitais. Estes concursos serão geridos pelas Administrações Regionais de Saúde. Assim, no total, serão 1264 os novos profissionais a recrutar no total e não 1129, como a ACSS começou por anunciar de manhã, erradamente.

Para os centros de saúde há 398 vagas, sobretudo para a região de Lisboa e Vale do Tejo, onde em Abril havia ainda mais de 700 mil pessoas sem médico de família.

Foram abertas 61 vagas para médicos de família na Administração Regional de Saúde (ARS) do Norte, 54 na do Centro, 209 na de Lisboa e Vale do Tejo, 42 na do Alentejo e 32 na do Algarve.

Relativamente aos hospitais, estão previstas 853 vagas, destacando-se especialidades como a medicina interna (159 vagas), anestesiologia (59 vagas), pediatria (51 vagas), psiquiatria (56), cardiologia (35), cirurgia geral (63) e ortopedia (37).

Quanto aos 135 lugares para médicos com “perfil específico”, a ocupação destas vagas implica “a posse de condições técnico-profissionais” adquiridas “no contexto do internato médico, e que respondem a necessidades expressas das unidades hospitalares”, explica o Ministério da Saúde. Na especialidade da pediatria, “existem vagas específicas para neonatologia, uma das áreas em que se tem verificado escassez de recursos humanos”, exemplifica.

Depois de anos sucessivos de atrasos na abertura destes concursos, o que fazia com que alguns recém-especialistas optassem por emigrar ou ir trabalhar para o sector privado, uma lei aprovada em Agosto do ano passado estabeleceu a obrigatoriedade dos concursos para recrutamento dos médicos ocorresse no prazo de 30 dias após a homologação e afixação da lista de classificação final do internato médico.

Notícia corrigida: a ACSS não incluiu, no primeiro comunicado, as 135 vagas de “perfil específico” abertas nos hospitais do SNS

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