Victoria’s Secret vai “repensar” o seu desfile televisivo anual

Num comunicado interno aos trabalhadores, o CEO da L Brands, Les Wexner, informou que a emissão televisiva já não faz tanto sentido para a marca de lingerie.

Foto
Reuters/ Mike Segar

A Victoria’s Secret está a “repensar” o formato de desfile televisivo, segundo um memorando interno partilhado com os trabalhadores da L Brands — o grupo que controla a marca de lingerie norte-americana​ —, noticiado pela CNBC. O CEO da empresa, Les Wexner, afirma que emitir o desfile na televisão, como tem feito nos últimos quase 20 anos, já não é a melhor estratégia para a marca.

Em vez disso, a marca vai focar-se num “novo tipo de evento”, pensado no digital. “Em 2019 e para a frente, vamos focar-nos no desenvolvimento de conteúdo entusiasmante e dinâmico e num novo tipo de evento, transmitido às nossas clientes nas plataformas às quais elas estão ligadas... e de formas que vão desafiar as barreiras da moda na era global digital”, lê-se no comunicado.

Nos últimos anos, as audiências destes desfiles têm vindo a decrescer e na última edição, em Novembro, atingiu o recorde mais baixo de sempre. A popularidade da marca tem sofrido por promover aquilo que algumas pessoas consideram standards inatingíveis de beleza. Sobretudo numa época em que é celebrada a crescente representação de diversidade nos media. A Victoria's Secret enfrenta ainda concorrência de marcas de lingerie recentes, como a ThirdLove e a Fenty Savage — criada pela cantora Rihanna — que têm apostado em mensagens inclusivas, focando a questão no “body positivity”, usando modelos de vários tamanhos e formas. Já a Victoria’s Secret tem mantido, de forma geral, a mesma fórmula de sempre.

No último desfile, o comentário do director de marketing da Victoria's Secret, Ed Razek, sobre como o desfile não tinha necessariamente de ter modelos trans levantou alguma indignação, motivando a cantora Halsey — que actuou em palco — a criticar de forma indirecta a posição de Razek e ao próprio a emitir um pedido de desculpas. “Como membro da comunidade LGBTQ+, não tenho tolerância à falta de inclusividade, especialmente quando é motivada por estereótipos”, comentou a cantora, que se assume como bissexual.

Em Março, a L Brands anunciou que, devido aos maus resultados, a Victoria's Secret iria fechar 53 lojas na América do Norte. O analista da UBS, Jay Sole, comentou na altura que a empresa também não tinha abordado a questão de “evoluir a mensagem de marca” da Victoria's Secret, que é uma das prioridades para os investidores.

Sugerir correcção
Ler 2 comentários