Receitas da Altice atingem 509 milhões no primeiro trimestre

A Altice Europe garante que “não há urgência” na alienação de activos e que venda da rede de fibra óptica em Portugal só se fará se houver uma boa oferta.

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Nuno Ferreira Santos

A Altice Portugal anunciou esta quinta-feira que as receitas do primeiro trimestre atingiram 509 milhões de euros, com um ligeiro crescimento de 0,4% face ao mesmo período de 2018.

Em comparação com o trimestre anterior, as receitas recuaram 3,3% devido ao efeito de “sazonalidade típico do primeiro trimestre face ao quarto trimestre”, adiantou a empresa presidida por Alexandre Fonseca.

No entanto, o lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações (EBITDA) recuou 1,4% para 206 milhões de euros. A Altice salienta, ainda assim, que o resultado “apresenta uma melhoria significativa na tendência dos últimos cinco trimestres”, não só pela evolução do lado da receita, mas também pelo “maior controlo e rigor a nível de custos operacionais, mesmo os relacionados com angariação de clientes, de marketing e de rede”.

Segundo a Altice, de Janeiro a Março, as receitas dos negócios fixo e móvel “cresceram em praticamente todos os segmentos, com destaque para o segmento de serviços empresariais”, que em termos homólogos melhoraram 1,2%. Já no segmento do consumo, o volume de receitas manteve-se praticamente inalterado (uma quebra homóloga de 0,2%), “mesmo apesar das medidas regulatórias desfavoráveis, como é o caso do decréscimo das tarifas de terminação”.

A Altice sublinha que durante o primeiro trimestre manteve a expansão da base de clientes e que o segmento residencial apresentou “adições líquidas positivas pelo sexto trimestre consecutivo, o que equivale a 18 meses seguidos de crescimento”. A empresa diz que tem 53% dos clientes residenciais em ofertas de fibra e que registou 41 mil adições líquidas de assinantes no primeiro trimestre.

O investimento do primeiro trimestre atingiu 100 milhões de euros (abaixo dos 105 milhões no mesmo período de 2018) e foi canalizado, segundo a Altice, para a “expansão da capacidade da rede móvel 4G” e “manutenção das políticas comerciais de aquisição de novos clientes”.

Já a Altice Europe, que inclui, além de Portugal, o negócio francês, registou um decréscimo de receitas de 0,4%, para 3515 milhões de euros. O EBITDA da holding europeia da Altice cresceu 4%, para 1297 milhões de euros. Em França, as receitas caíram 1,6%, para 2558 milhões, mas o EBITDA melhorou 4,5% para 956 milhões. 

Rede da PT desperta “forte interesse”

Após a apresentação dos resultados, o vice-presidente da Altice Europe, Dennis Okhuijsen, afirmou, em conferência telefónica com analistas, que depois de ter concluído recentemente uma operação de refinanciamento, a Altice Europa “está confortável” com a sua situação financeira e “não precisa de vender muitos activos” para concretizar as metas de redução de dívida, porque está a “registar um crescimento orgânico muito rápido”.

A empresa tenciona concluir até final do semestre a análise sobre a eventual venda da rede de fibra óptica da Meo que, segundo Okhuijsen, tem despertado “forte interesse” por parte de fundos de infra-estruturas.

Mas a venda só se fará se surgir uma boa oferta, garantiu o responsável da Altice, frisando que “não há urgência” em vender.

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