Foi uma viagem à Venezuela que pôs Sofia Fonseca a pensar: “Como é que é possível nós andarmos a destruir isto?”. Deslumbrou-se com as paisagens daquele país e isso levou-a a questionar o seu estilo de vida e os efeitos que tem no planeta. Decidiu que, a ter que começar por algum lado, seria pela redução da quantidade de lixo que produz. “Isso implica mudar de hábitos de consumo, por isso comecei a reduzir a quantidade de plástico, deixei de ir às grandes superfícies.”

Mas percebeu que para ser auto-sustentável, como pretendia, tinha muito para aprender. Este processo levou a uma evolução natural: a empresa Fuga Perfeita, que tem há 15 anos com Fátima Dinis, ganhou uma irmã mais nova sob a forma de um novo projecto, o Eco-Life. Aí, o que Sofia e Fátima propõem são experiências para os tempos livres de quem quer, como elas, ter uma vida com menos impacto negativo no mundo.

São actividades que se destinam a “todos os que pretendem implementar critérios ecológicos e sustentáveis no seu dia-a-dia, mas sem saber como e por onde começar”. Passar um período, que pode ter uma duração variável, numa das ecoaldeias existentes em Portugal (entre as quais a Ecoaldeia de Janas, em Sintra, ver texto nestas páginas) é uma das opções apresentadas pela Eco-Life.

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Sofia, que já antes da viagem à Venezuela tinha alimentado a ideia de um dia viver em comunidade, foi à procura pelo país de projectos em que grupos de pessoas se tivessem juntado para viver seguindo os tais critérios ecológicos e sustentáveis. Encontrou situações muito variadas: “Algumas ainda existem, outras já não, algumas têm condições para receber, outras não.”

Apercebeu-se que o viver em comunidade, sobretudo quando o número de pessoas começa a aumentar, nem sempre é um desafio fácil de vencer. Por isso, em muitos casos, o que se encontra são projectos organizados em torno de uma ou de duas famílias que atraem depois outras pessoas com maior ou menor grau de envolvimento.

A Ecoaldeia de Janas é, daquelas com as quais a Eco-Life trabalha, a que fica mais a sul no país e também a mais próxima de Lisboa. As outras são a Ecoaldeia da serra do Açor, perto de Coimbra, a Ecoaldeia de Calde, na zona de Viseu, e, mais a norte, a Ecoaldeia de Cabeceira de Basto.

Todas estão ligadas à agricultura, à permacultura, à ecologia, ao caminho para a auto-suficiência, algumas com um foco maior em questões mais ligadas à espiritualidade, outras a projectos de intervenção na comunidade, mas todas com um leque de ofertas destinadas a quem vem de fora, em programas desenhados em conjunto com a Eco-Life.

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Sofia e Fátima trabalham também com várias eco-quintas, com actividades que incluem um eco-retiro em Galamares (Sintra) numa casa da família que pertenceu aos bisavós de Sofia e que agora é uma base para actividades da Eco-Life. Aqui, para além de se poder ficar alojado na Casa da Nogueira, existe um espaço para workshops e cursos no antigo barracão em pedra onde se guardavam os animais, hoje transformado num agradável espaço, todo em madeira no interior, e com uma área exterior, onde se pode aprender desde restauro de móveis a técnicas de compostagem, passando pela identificação de plantas medicinais, tingimento natural, naturoterapia, e ainda participar em retiros de reconexão com a natureza, residências artísticas, etc. (para conhecer o programa para os próximos meses, consultar o site www.ecolife-experience.com e assinar a newsletter).

Para além das “experiências de vida sustentável” em quintas e aldeias tanto ecológicas como tradicionais, a Eco-life tem uma série de outros programas: retiros de ioga e/ou de meditação, caminhadas (que também podem incluir ioga e meditação) e terapias (reconexão, transformational coaching).