Lacazette resgata Arsenal, Jovic não intimida Chelsea

Ingleses perspectivam derby londrino na final de Baku, mas Valência e Eintracht ainda têm uma palavra a dizer na segunda mão.

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,Eintracht Frankfurt
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Arsenal e Chelsea conquistaram uma ligeira vantagem na primeira mão das meias-finais da Liga Europa e podem avançar para uma final inglesa caso confirmem a superioridade que rendeu a vitória (3-1) aos “gunners” em Londres e o empate (1-1) dos “blues” em Frankfurt.

O Valência surpreendeu duplamente o Arsenal — que apresentava uma folha imaculada nas últimas cinco partidas em casa, na Liga Europa —, apresentando-se com uma linha defensiva coriácea, a camuflar a verdadeira dinâmica ofensiva pretendida por Marcelino Toral. Unai Emery não tardaria a perceber as reais intenções do compatriota, que aos 11 minutos já vencia em Londres, com um golo de Mouctar Diakhaby. 

A formação “che” batia Petr Cech à segunda tentativa, depois de Garay (8’) ter desbaratado ocasião soberana. O nervosismo entre os ingleses era contagiante e Maitland-Niles esteve perto de trair o guarda-redes checo, num atraso deficiente que Gonçalo Guedes não conseguiu explorar. De contrário, poderia ter aniquilado, numa fase precoce, as possibilidades de o Arsenal conseguir melhor do que na edição anterior, quando ficou pelo caminho nas meias-finais da prova, caindo aos pés dos também espanhóis do Atlético de Madrid, vencedores do troféu.

Na circunstância, valeu a inspiração de Alexandre Lacazette, que em oito minutos (18’ e 26’) deu a volta ao resultado: primeiro a surgir livre de marcação na área do Valência para concluir uma acção individual de Pierre Aubameyang (que esteve em dúvida para este encontro); depois na recarga a defesa incompleta de Neto, cabeceando para a confirmação da tecnologia de golo. 

O Arsenal respirava de alívio, mas precisava urgentemente de corrigir a entrada em falso que rendeu à equipa de Gonçalo Guedes um golo precioso nas provas europeias. Em busca do primeiro hat-trick na competição, Lacazette continuava a ser o grande protagonista, embora por razões bem diferentes numa segunda parte de desperdício do francês. De novo após cruzamento de Aubameyang, o avançado falhava o cabeceamento na pequena área, perdida apenas suplantada pelo duplo perdão concedido na cara de Neto, embora o francês estivesse em posição irregular... não assinalada. 

O Arsenal tinha consciência de que ao mais pequeno deslize poderia colocar-se numa posição ingrata na deslocação a Valência, o que não impediu a equipa de Emery de procurar com determinação o terceiro golo, enquanto os espanhóis esperavam apenas uma brecha para regressarem a casa com um resultado positivo. A balança acabaria por pender para o lado da audácia, com Aubameyang a fechar as contas mesmo em cima dos 90 minutos, aproveitando uma insistência de Lacazette após um primeiro remate de Henrikh Mkhitaryan. 

Equilíbrio em Frankfurt

Na Alemanha, o nono golo de Luka Jovic na competição foi manifestamente curto para repetir, frente ao Chelsea, a vitória que deitou por terra as aspirações do Benfica. A formação germânica, que apostou em Gonçalo Paciência para os 20 minutos finais, não conseguiu segurar a vantagem alcançada num excelente movimento do jovem atacante sérvio (23’), a passe de Kostic, a fazer a diferença numa partida muito equilibrada. 

O Eintracht de Frankfurt passou, a partir daí, a sentir a maior pressão do Chelsea, impulsionado por Pedro Rodríguez. Depois de uma tentativa em resposta ao golo de Jovic, o espanhol evitou que os ingleses recolhessem aos balneários em desvantagem, marcando no último instante do primeiro tempo. 

Sem desesperar, o Chelsea intensificou, já na segunda parte, o assédio à baliza dos alemães, em busca de um golo que simplificasse a tarefa no encontro da segunda mão, em Stamford Bridge. Mas nem o livre de David Luiz, desviado pela barra da baliza, nem a fraca pontaria de Loftus-Cheek, a tirar tinta ao poste de Trapp, fizeram justiça à superioridade dos londrinos, que até poderiam ter beneficiado de um penálti na sequência de carga de Salcedo sobre Giroud. Paciência ainda tentou aplicar a receita com que brindara o Benfica, mas os alemães terão agora que superar-se em Londres.

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