Balanço da visita: Marcelo destaca acordo para ensino do português na China

Esta quarta-feira à noite, após uma passagem de 24 horas por Macau, o Presidente da República regressa a Lisboa.

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Marcelo Rebelo de Sousa acompanhado pelo chefe do executivo da Região Administrativa Especial de Macau, Chui Sai On, na sede do Governo da RAEM, em Macau LUSA/Carmo Correia

O Presidente da República destacou nesta quarta-feira, em Macau, a assinatura de um acordo que vai permitir uma representação do Instituto Português do Oriente (IPOR) em Pequim para o ensino do português na China continental.

“Acabou de ser assinado um acordo que vai permitir uma antena do Instituto Português do Oriente em Pequim para o ensino do português na China continental. Toda. E não especificamente apenas na Região Administrativa Especial de Macau”, declarou.

Marcelo Rebelo de Sousa sublinhou terem sido dados “passos muito concretos” num domínio que é estratégico e “portanto futuro” - a língua portuguesa e a educação -, mas também noutro domínio estratégico que é economia e finanças, numa altura em que Macau assinala os 20 anos da transferência de administração de Portugal para a China.

“É mais importante a aposta na educação, na língua portuguesa, na cultura portuguesa, no mandarim e no seu ensino em escolas portuguesas e no intercâmbio cultural porque tem efeitos de médio e longo prazo em muitas gerações, do que os muitos importantes passos dados em matéria económica e financeira” durante esta visita, disse.

Por outro lado, o chefe de Estado português sublinhou que, até final do ano, 48 universidades da China vão estar a ensinar português. Só em Macau, há 45 escolas primárias e básicas a ensinar português, lembrou.

Em Macau, houve também “razões de superação de expectativas”, disse Marcelo Rebelo de Sousa, destacando como a mais importante o anúncio do Governo da região administrativa especial chinesa de que vai apoiar a expansão da Escola Portuguesa de Macau (EPM), “uma pretensão de muitos anos”.

“O Governo de Macau comunicou que tem terreno, está disponível para o lançamento da primeira pedra ainda este ano, para o arranque da elaboração do projecto e para a concretização do novo pólo da Escola Portuguesa de Macau”, afirmou.

Antes, Marcelo Rebelo de Sousa visitou o consulado-geral de Portugal em Macau e Hong Kong e o IPOR, situado no mesmo edifício.

No IPOR, fundado em 19 de Setembro de 1989 pela Fundação Oriente e pelo Camões-Instituto da Cooperação e da Língua, o Presidente da República inaugurou o Laboratório de Línguas, assistiu à assinatura do protocolo de cooperação entre a Universidade de Macau, o Camões e o IPOR e do protocolo “Empresa Promotora da Língua Portuguesa” (EPLP) entre o Camões e a Sociedade de Jogos de Macau (SJM).

O estatuto de EPLP foi criado em 2017 e prevê a atribuição desta classificação a qualquer empresa, mediante uma contribuição financeira destinada à promoção da língua portuguesa.

Antes da recepção à comunidade portuguesa e da visita à EPM, Marcelo Rebelo de Sousa reuniu-se com o chefe do Governo de Macau.

Fernando Chui Sai On destacou que a cooperação entre Macau e Portugal tem sido intensificada com a assinatura de cada vez mais acordos, mostrando-se ainda satisfeito com os resultados no âmbito da Comissão Mista Macau-Portugal, de acordo com um comunicado.

Os dois responsáveis destacaram a importância do desenvolvimento do ensino da língua portuguesa em Macau, tendo Chui Sai On concordado com a sugestão adiantada pelas autoridades portuguesas sobre a expansão da EPM.

O Presidente da República regressa esta noite a Portugal, após a visita de Estado à China.

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