Eleições em Espanha: dez textos para entender o que está em causa

Espanha vai a votos com o PSOE como favorito e um cenário político muito fragmentado. O PÚBLICO reúne reportagens, entrevistas e artigos de opinião.

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Vox é a grande novidade destas eleições Adriano Miranda

As urnas abriram às 9h locais (8h em Lisboa) em Espanha: 36,9 milhões de eleitores são chamados a escolher os 350 deputados e 208 senadores das Cortes Gerais. Os socialistas do PSOE são os favoritos, mas longe de conseguirem uma maioria absoluta – os partidos menores podem ser fundamentais nas contas na hora de formar governo – entre os quais o partido de extrema-direita Vox. O PÚBLICO reuniu reportagens, entrevistas e artigos de opinião para saber o que está em causa nestas eleições gerais.

Vox pode chegar aos 15%

Os estudos sobre as intenções de voto sugerem que, naquela que é a sua estreia a nível nacional, o Vox supere os 10% de votos – e pode chegar aos 15% - e consiga eleger 30 a 40 deputados. Os enviados do PÚBLICO a Espanha, António Saraiva Lima e Adriano Miranda, estiveram na Praça Colón, em Madrid, no evento final de campanha do partido de extrema-direita. A praça madrilena foi palco de uma fervorosa exaltação patriótica e de condenação dos “traidores da nação”.

O Vox não é de extrema-direita, diz Nuno Melo

Em Portugal, numa entrevista à Lusa, o cabeça-de-lista do CDS-PP às eleições europeias defendeu que “o Vox estará para o Partido Popular [espanhol] como a Aliança está para o PSD”. Ou seja: o Vox é, para Nuno Melo, uma “deriva do PP”, um “partido de direita” – e não de extrema-direita.

O Vox é de extrema-direita, escreve Jorge Almeida Fernandes

Um artigo de opinião publicado em Novembro de 2018 que recuperamos agora. O alvo preferencial do Vox é a imigração, propondo deportações e um “muro intransponível” em Ceuta e Melilla. Assume a xenofobia e, em nome da Espanha “católica”, denuncia a “invasão islâmica”. Leia ou releia o texto de Jorge Almeida Fernandes.

“Pela primeira vez em Espanha, os eleitores de direita tinham três opções”

Rivera, Casado ou Abascal? Nunca os espanhóis tiveram tanta variedade de líderes de direita em quem votar, o que pode ajudar a explicar o grande número de indecisos nestas legislativas antecipadas, diz Luis Tejero, consultor de comunicação e assuntos políticos, em entrevista a António Saraiva Lima, em Madrid.

O Inverno está a chegar à guerra dos tronos espanhola

O PSOE lidera as sondagens com cerca de 30%, seguido do PP (Partido Popular, direita) com quase 20% e um grupo de três partidos entre 10 e 15%: Cidadãos (direita liberal), Unidas Podemos (extrema-esquerda) e Vox (extrema-direita). Nos comícios de encerramento da campanha, Pedro Sánchez (PSOE, no poder) alertou que ganhar pode ser perder; Pablo Iglesias (Podemos) avisou para os acordos pós-eleitorais entre PSOE e Cidadãos; Pablo Casado (PP) ofereceu lugares no Governo ao Vox; enquanto Alberto Rivera (Cidadãos), eufórico, já se vê como líder da direita.

Outra guerra: a dos memes

O Vox ganha na guerra dos memes no Instagram, o Podemos a do Facebook. O partido de extrema-direita replica a nível nacional o método que o catapultou na Andaluzia. A liderança no Instagram é trunfo para chegar aos mais jovens.

Grandes temas da campanha

Dos debates na televisão até à autodeterminação catalã: seis assuntos que estiveram sempre presentes na disputa política.

Opinião de Manuel Carvalho: de olhos voltados para Espanha

O que resultar destas eleições, “será também um teste que a Espanha europeia fará a si própria. Saber quanto vale a ideologia nacionalista e extremada do Vox, perceber que efeitos teve a aproximação do PP à direita musculada e saber quanto valem hoje os partidos independentistas é crucial para percebermos que tipo de Espanha vamos ter como vizinha: se aquela com a qual partilhamos um destino europeu, se a tal ‘alma adormecida’ da qual nem vinha bom vento nem bom casamento”. As eleições em Espanha são o tema do editorial do PÚBLICO deste domingo, assinado por Manuel Carvalho.

Opinião de Vicente Jorge Silva: nem bons ventos nem bons casamentos?

Vicente Jorge Silva tem um desejo: que Pedro Sánchez e o PSOE consigam a “maioria indispensável para formar governo” e “libertem assim a Espanha dos fantasmas mórbidos que a perseguem”.

Opinião de Jorge Almeida Fernandes: serão estas eleições inúteis?

A Espanha está ameaçada por uma fase de paralisia política que, se não for resolvida, pode desembocar em novas eleições. A imprensa internacional mostra-se preocupada com a instabilidade da quarta economia europeia.”

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