Pentágono intensifica investigação de objectos voadores não identificados

Avistamentos de aeronaves desconhecidas multiplicaram-se nos últimos anos nos EUA. Militares norte-americanos temem avanços tecnológicos de nações inimigas.

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Reuters/UMIT BEKTAS

As forças armadas dos Estados Unidos da América vão implementar um novo protocolo para documentar e reagir a eventuais avistamentos de objectos voadores não identificados (OVNIs), ou, como os militares norte-americanos designam, “fenómenos aéreos inexplicáveis”. A medida surge em reacção ao recente crescimento do número de incidentes deste tipo e à exigência do Congresso norte-americano de ver esclarecido o fenómeno.

A criação deste protocolo, noticiada em primeira mão pelo jornal norte-americano Politico, visa reverter a ordem que tem sido dada aos militares nestes casos — de ignorar — e instituir a prática de investigar exaustivamente cada caso, partilhando dados entre militares e agências federais. Um porta-voz da marinha norte-americana confirmou ao jornal Washington Post que é necessário agora documentar cada observação de modo a permitir uma investigação posterior. Joseph Gradisher disse ser prioritário determinar “quem é que está a fazer isto, e de onde vêm e quais as suas intenções”.

“Precisamos de encontrar maneiras para evitar que aconteça novamente”, acrescentou.

Em causa estão sucessivos avistamentos, da parte de pilotos da aviação civil e militar, de objectos voadores esféricos ou cilíndricos, isolados ou em grupo, e sem indícios de serem movidos a motores de combustão, indica o Washington Post. Para além do contacto visual, os pilotos afirmam que estes aparelhos são igualmente detectados nos radares. 

Na mente dos militares norte-americanos, sublinhe-se, não está em causa uma ameaça extraterrestre, mas antes a possibilidade de uma nação estrangeira estar na posse de tecnologia aeronáutica que os EUA não tenham capacidade de interceptar.

Apesar de o protocolo agora anunciado ser novo, o Pentágono há muito que vigia actividades suspeitas nos céus norte-americanos, tendo anunciado publicamente apenas em Dezembro de 2017 que tinha lançado dez anos antes um programa (o AATIP, Programa de Identificação de Ameaças de Aviação Avançadas) para capacitar as forças militares para analisar objectos aeronáuticos potencialmente hostis. 

Um dos antigos responsáveis pelo programa, Luis Elizondo, disse ao Washington Post que os EUA poderão estar perante uma grave ameaça. “Se eu lhe dissesse que estas coisas existem, e que podem sobrevoar o nosso país com total impunidade, desafiando as leis da Física, e que podem largar um engenho nuclear num instante, então isso seria um problema de segurança nacional”, afirmou.

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