Primeira ciclovia de Braga vai ser requalificada por 2,8 milhões de euros

Com arranque previsto para o início de 2020, a obra prevê a aproximação da ciclovia da Variante da Encosta à ecovia do rio Este e à Universidade do Minho. A melhoria da segurança dos velocípedes é outro objectivo.

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Paulo Pimenta

Inaugurada em Dezembro de 2005, a ciclovia da Variante da Encosta foi a primeira a surgir em Braga, na sequência da expansão urbana da cidade para leste, e vai ser requalificada ao longo do próximo ano. O executivo municipal, liderado pela maioria composta por PSD e CDS/PP, aprovou esta terça-feira, em reunião do executivo, a abertura do concurso para a obra, avaliada em 2,8 milhões de euros. 

O presidente da câmara, Ricardo Rio, prevê que a intervenção vá arrancar em Janeiro de 2020 e durar cerca de um ano, com três ou quatro fases de execução. Um dos objectivos é estender a ciclovia paralela à encosta onde estão os santuários católicos do Sameiro e do Bom Jesus até outros pontos de circulação de pessoas, como a ecovia ao longo do rio Este e o campus de Gualtar da Universidade do Minho (UMinho). “Não estamos só a reabilitar uma ciclovia existente”, disse o autarca, “estamos a criar uma rede e condições para a circulação de bicicletas nos pólos de maior afluência de pessoas mais jovens”. 

Esse prolongamento, acrescentou o vereador do urbanismo, Miguel Bandeira, quer transformar a ciclovia num local de “uso quotidiano” entre a universidade e outros locais frequentados por estudantes, de que são exemplo as residências universitárias e os estabelecimentos comerciais.

A obra, disse ainda Rio, visa ainda a “acalmia e ordenamento do trânsito”, através da promoção dos transportes públicos, e a “estruturação urbanística” de uma zona com “muitos acidentes”: alguns dos investimentos mais significativos incluem os passeios adjacentes à ciclovia (918.000 euros), a colocação de sinalização e de iluminação pública (585.000 euros) e em acções de remoção ou demolição de barreiras urbanísticas (432.000 euros). 

O projecto mereceu, no entanto, as críticas do PS. O vereador Artur Feio considerou que os 2,8 milhões de euros são um preço demasiado elevado para uma obra que, a seu ver, vai apenas reabilitar a ciclovia executada por 250.000 euros, sem qualquer extensão significativa no traçado de 4,4 quilómetros. “O dinheiro vai ser empregue em iluminação e desobstrução de barreiras. Não há nada de novo”, disse.

Confrontado com as críticas socialistas, o presidente da câmara lembrou que, em 2005, enquanto vereador da oposição, identificou 23 pontos da ciclovia com risco de atropelamento para os ciclistas e defendeu que o investimento é necessário para resolver a “degradação física” de uma via que disse ser hoje pouco utilizada.

PS exige autocarros no interior da UMinho

Além de ter criticado o projecto de requalificação da ciclovia, Artur Feio lembrou que a Câmara ainda não cumpriu a promessa de transferir as paragens dos Transportes Urbanos de Braga (TUB) das imediações da UMinho, onde “há acidentes praticamente todas as semanas, com moradores e estudantes”, para o interior do campus. Apesar de ter dito que está a trabalhar com a UMinho e com os TUB para uma solução que possa “mitigar o impacto no trânsito e a aumentar as condições de segurança dos estudantes”, Ricardo Rio reconheceu que ainda não foi possível um acordo, apesar de estar convicto de que tal vai acontecer.

“No mandato anterior da universidade, havia objecções à entrada dos autocarros, mas essas objecções ficam suprimidas a partir do momento em que se podem disponibilizar viaturas eléctricas, não poluentes”, explicou.

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