Presidente da Birmânia amnistia 9500 presos e deixa de fora jornalistas da Reuters

Wa Lone e Kyaw Soe Oo foram condenados a sete anos de prisão, depois de acusados de terem acedido e divulgado informações secretas no seu trabalho sobre a repressão contra a minoria muçulmana no estado birmanês de Rakhine.

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ANN WANG/Reuters

Mais de 9500 prisioneiros forma amnistiados na quarta-feira pela presidência da Birmânia, mas a lista não inclui os dois jornalistas da Reuters que fizeram um trabalho de investigação sobre a perseguição à minoria Rohingya.  

A página de uma rede social do Presidente Win Myint divulgou que este assinara os perdões, habituais antes de o país celebrar os eu Ano Novo, e que incluiu 16 estrangeiros na lista. Os nomes não são divulgados, mas há grupos de defesa dos direitos humanos que monitorizam as saídas, sobretudo da prisão de Insein, em Rangoon, onde estão os detidos mais importantes.

À porta da prisão um grupo de pessoas esperou a libertação dos jornalistas da Reuters, mas estes não saíram.

Wa Lone e Kyaw Soe Oo foram condenados a sete anos de prisão, depois de acusados de terem acedido e divulgado informações secretas no seu trabalho sobre a repressão contra a minoria muçulmana no estado birmanês de Rakhine. O seu trabalho foi publicado no PÚBLICO com o título “A história de como o exército birmanês queimou, saqueou e assassinou numa aldeia remota”.

Mais de 700 mil rohingya fugiram para o Bangladesh devido à perseguição que começou em Agosto de 2017 - as organizações de defesa dos direitos humanos falam em limpeza étnica e Aung San Suu Kyiu, a líder de facto do país que ganhou um Prémio Nobel da Paz pela sua luta contra o regime militar que dominou a Birmânia durante décadas, foi muito criticada  pela sua passividade.

A organização Assistance Association for Political Prisoners tem nos seus registos 364 presos políticos neste país.

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