Reino Unido experimenta “radares” para detectar uso de telemóvel ao volante

Tecnologia vai alertar condutores, mas não será usada para a aplicação de multas.

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Em Portugal, no ano passado, o uso de telemóveis por condutores motivou 39 mil multas Paulo Pimenta

A polícia no Reino Unido está a começar a usar painéis nas estradas que tentam detectar se um condutor está a usar o telemóvel e que, nesses casos, mostram um sinal a lembrar que a prática é proibida, de forma semelhante ao que acontece com os avisos luminosos de velocidade.

A tecnologia, que não faz gravações em vídeo, detecta sinais de redes móveis para determinar se está a ser usado um telemóvel dentro do carro, seja em chamadas, para mensagens ou para acesso à Internet, noticiou a BBC.

O sistema, porém, não funcionará na perfeição. Apesar de estar concebido para reconhecer se o utilizador está a recorrer a um dispositivo de mãos-livres, não consegue distinguir se o telemóvel está a ser usado pelo condutor ou por um passageiro – ambas as situações acabam por levar a que o sinal seja activado.

A experiência com esta tecnologia é limitada: depois de um teste no ano passado, as autoridades vão instalar, por ora, apenas dois painéis. Os equipamentos vão estar numa auto-estrada nas proximidades de Oxford, onde vão alternar entre vários locais.

À BBC, um sub-comissário da polícia, Matt Barber, explicou que a tecnologia não será usada para aplicar multas, mas para ajudar “a tornar o uso do telemóvel enquanto se conduz tão socialmente inaceitável como beber e depois conduzir”.

Em Portugal, a GNR e a PSP passaram, no ano passado, uma média de 107 multas por dia devido ao uso de telemóvel durante a condução, num total de cerca de 39 mil multas. O valor é uma descida face às multas do ano anterior.

O uso de telemóveis tem vários efeitos problemáticos na condução, explicou a PSP quando aqueles números foram noticiados: “A utilização do telemóvel possui um impacto negativo no seu desempenho por parte dos condutores, na medida que origina o aumento do tempo de reacção, má avaliação das velocidades, não manutenção das distâncias de segurança, mau posicionamento na interpretação da sinalização, podendo até ser ignorada, desrespeito das regras de cedência de passagem, designadamente em relação aos peões.”

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