Poluição responsável por 13% de casos de asma pediátrica

Dados fazem parte do primeiro estudo sobre asma pediátrica que foi publicado esta semana numa revista da especialidade

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Em Portugal já há locais onde os níveis de NO2 recomendados são ultrapassados Paulo Pimenta

A notícia faz a manchete do jornal i desta quarta-feira e diz respeito também a Portugal. Um estudo realizado por uma equipa da Universidade George Washington, nos Estados Unidos da América, aponta para que a poluição rodoviária seja a responsável por 13% dos novos casos anuais de asma em crianças e jovens até aos 18 anos. O estudo diz que a causa é, concretamente, a inalação de dióxido de azoto (NO2) causada pela queima de combustíveis. Segundo aquele que é o primeiro estudo sobre o impacto da poluição do ar na doença asmática pediátrica, Portugal terá 3200 casos anuais relacionados com a inalação de NO2. Os especialistas recomendam que sejam revistos os limites definidos deste gás pela Organização Mundial de Saúde (OMS).

Isto porque, segundo o artigo publicado na quarta-feira na revista The Lancet Planetary Health, e citado pelo i, o estudo revela que há cerca de quatro milhões de novos casos anuais de asma pediátrica relacionado com este factor e que 92% deles ocorreram em locais que já cumprem as orientações da OMS sobre os limites de NO2, actualizados em 2005. “A orientação da OMS para as concentrações anuais médias de NO2 pode precisar de ser revista”, cita o diário português.

O estudo cruzou indicadores de poluição ambiental, concentração de NO2 e informação referente à incidência de asma na população alvo de 194 países, bem como 125 grandes cidades. Apesar de se apontar, em termos globais, para a responsabilidade do NO2 em 13% dos casos de asma pediátrica, no caso de Moscovo, Seul e oito cidades chinesas a poluição registada faz essa média subir para os 40%, indica o artigo.

Segundo o i, os dados fornecidos ao jornal sobre Portugal apontam para uma estimativa de 3200 novos casos anuais relacionados com este factor (com um intervalo entre 1400 e 4100 casos) e uma incidência de 170 novos casos/ano por 100 mil crianças, o que colocará o país entre os que vivem uma situação “menos problemática”. Ainda assim, o presidente da associação ambientalista Zero, Francisco Ferreira, ouvido pelo i, diz que em locais como Porto e Lisboa já se ultrapassa os limites de NO2 designados, recomendando a retirada de tráfego destes centros urbanos.

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