Eurodeputado Inácio Faria critica “tentativa de golpe palaciano” da direcção do MPT

A comissão política nacional do MPT revelou hoje ter pedido a abertura de um processo disciplinar contra o seu eurodeputado José Inácio Faria.

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José Inácio Faria na pré-campanha das legislativas de 2015 patrícia martins

O eurodeputado José Inácio Faria criticou hoje a “tentativa de golpe palaciano” da direcção do MPT -- Movimento Partido da Terra, que pediu a abertura de um processo disciplinar, alegando “uma actuação conspirativa”.

“O que se esperaria de uma qualquer direcção responsável de um partido político neste momento seria o foco na elaboração de listas para as eleições europeias de 2019 e não a dedicação a processos e campanhas estalinistas que pensávamos já não serem deste século”, refere o eurodeputado, citado em comunicado.

A comissão política nacional do MPT revelou hoje ter pedido a abertura de um processo disciplinar contra o seu eurodeputado José Inácio Faria “em face da gravidade da actuação conspirativa” e “violação clara dos estatutos”, como a apropriação da base de dados do partido para a divulgação de um comunicado “denegrindo a direcção nacional” e o facto de ter “abusivamente” assinado textos como presidente.

Segundo o Gabinete do Eurodeputado em Bruxelas, Inácio Faria permanece “legítimo presidente do Partido da Terra -- MPT conforme reconhecimento do Tribunal Constitucional”. “Decorrente da decisão do Tribunal Constitucional exarada no Acórdão 656/2018 de 12 de Dezembro de 2018, estão recusados os titulares eleitos da comissão política nacional conforme o X Congresso Nacional Ordinário do Partido da Terra -- MPT. Apesar de estar ciente desta decisão desde 28 de Dezembro de 2018, estes órgãos sociais -- ilegitimamente em funções -- não deram devida informação aos militantes do Partido da Terra, senão só a 22 de Fevereiro de 2018”, explica.

Para Inácio Faria, “são lamentáveis as posições públicas de alguns indivíduos que se intitulam ilegitimamente representantes do Partido da Terra e também a sonegação de informação que fazem aos militantes, que sinceramente mereciam melhor”.

“Não podemos pactuar com pequenos poderes que se infiltram em movimentos e em partidos políticos para aceder a lugares de poder para descredibilizar por dentro as suas actividades partidárias”, critica o eurodeputado, para quem “este tipo de situações não dignificam a política nacional nem as pessoas que trabalham ao nível autárquico, nacional e europeu que devem ser fiéis representantes de quem os elege e responsáveis perante a sociedade portuguesa”.

Segundo o gabinete, “José Inácio Faria, enquanto presidente do Partido da Terra -- MPT, já promoveu nova reunião do conselho nacional e comissão política nacional, legalmente reconhecidos, para dar continuidade à actividade política do partido e exigiu o retorno das instalações e bens na posse dos ilegítimos órgãos sociais”.

A comissão política do MPT, partido que elegeu Inácio Faria e Marinho e Pinto nas eleições europeias de 2014, reuniu-se na terça-feira à noite e “considerou unanimemente que os actos referidos, quer a nível interno, quer a nível externo, representam um aproveitamento condenável da boa-fé dos seus interlocutores, sejam filiados no MPT, sejam outras personalidades, sejam ainda outras forças políticas”.

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