Doze prémios PLAY para “começar a celebrar a música portuguesa”

Prémios PLAY são atribuídos esta terça-feira numa cerimónia transmitida em directo pela RTP. O objectivo, dizem os organizadores, é premiar o talento dos artistas e dos produtores.

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DANIEL ROCHA

Após vários anos de preparação e semanas de anúncios, concretiza-se esta terça-feira a primeira edição dos prémios PLAY. A cerimónia decorre no Coliseu dos Recreios, em Lisboa, e a RTP vai transmiti-la em directo, através da RTP1, da RTP África e da RTP Internacional, a partir das 21h, com apresentação de Filomena Cautela, Inês Lopes Gonçalves e Vanessa Augusto.

A iniciativa partiu da PassMúsica, associação encarregada da gestão e cobrança de direitos nesta área, criada pela Audiogest (que faz a gestão dos direitos dos produtores fonográficos) e pela GDA –​ Gestão dos Direitos dos Artistas (que assegura a gestão colectiva dos direitos conexos ao direito de autor dos artistas). Os PLAY têm parceria com RTP, Vodafone (patrocinador oficial), Sagres, Ministério da Cultura e Câmara Municipal de Lisboa.

“É um projecto que já está para ser concretizado há alguns anos”, diz ao PÚBLICO Sílvia Sá, directora executiva da PassMúsica. “E é uma iniciativa única e inédita, porque é uma primeira edição em que a indústria se reúne com o objectivo de premiar o talento e o mérito e também de reconhecer o trabalho de artistas e produtores.” Paulo Carvalho, director-geral dos prémios PLAY, diz: “Isto é inédito em Portugal. Já existiram outros tipos de prémios, mas não com estas características, visto que se trata dos prémios oficiais da música portuguesa. Temos pela primeira vez reunidas a Audiogest, que representa todas as editoras nacionais e internacionais, e a GDA, representante dos artistas, intérpretes e executantes. Estão assim reunidas todas as condições e entidades para o mais importante, que é começar a premiar e a celebrar a música portuguesa.”

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Apresentação dos prémios PLAY à imprensa, no início de Março DR

Os prémios PLAY têm 12 categorias, dez delas com quatro nomeados cada e duas “puramente qualitativas”: o Prémio da Crítica (votado por um painel de dez críticos de música) e o Prémio Carreira (decidido pelas direcções da Audiogest e da GDA), que só serão conhecidos esta noite, durante a cerimónia.

Os passos para se chegar aqui foram estes: definidos os critérios que determinam o universo de candidatos, a PassMúsica fez uma lista de elegíveis para cada categoria, “obedecendo a critérios objectivos assentes em volume de streaming, vendas físicas, full track download e visualizações”; o primeiro classificado de cada lista ficou automaticamente nomeado, cabendo a um comité de nomeação (composto por nove elementos) a escolha dos restantes três em cada categoria. “Há uma parte objectiva e outra discricionária”, diz Sílvia Sá. “O nosso objectivo foi ter um cuidado muito grande com a independência e com os critérios valorimétricos que permitam criar listagens; dentro desse universo, convidámos um comité que procedesse à sua análise e aí, de uma forma mais discricionária, avaliasse a qualidade do trabalho desenvolvido ao longo de 2018.”

No fim, um júri composto por cerca de uma centena de elementos (responsáveis de playlists de rádio, jornalistas da área musical, programadores e parceiros dos prémios PLAY: Vodafone, RTP e Sagres) escolherá um vencedor entre os quatro nomeados em cada categoria: Melhor Grupo (Dead Combo; Diabo na Cruz; Linda Martini; Wet Bed Gang), Melhor Álbum Fado (Maria, de Carminho; Branco, de Cristina Branco; Sempre, de Katia Guerreiro; Sara Correia, de Sara Correia), Melhor Artista Solo (António Zambujo; Blaya; Dino d’Santiago; Diogo Piçarra), Vodafone Melhor Canção (Faz gostoso, de Blaya; Água de coco, de ProfJam; Estradas no céu, de Valas, com Raquel Tavares; Devia ir, de Wet Bed Gang), Melhor Álbum (Mariza, de Mariza; Do Avesso, de António Zambujo; Odeon Hotel, de Dead Combo; Mundo Nôbu, de Dino d’Santiago), Artista Revelação (Conan Osiris; Papillon; Sara Correia; Selma Uamusse), “Melhor Videoclipe” (Eu avisei, de Blaya; Queque foi, de Boss AC; Amor em tempo de muros, de Pedro Abrunhosa, com Lila Downs; Água de coco, de ProfJam), Prémio Lusofonia (Se eu soubesse, de C4 Pedro; Din din din, de Ludmilla; Nada mudou, de Matias Damásio; Nubian queen, de Nelson Freitas), Melhor Canção Internacional (No tears left to cry, de Ariana Grande; God’s plan, de Drake; All the stars, de Kendrick Lamar, com SZA; In my blood, de Shawn Mendes) e Melhor Artista Internacional (Ariana Grande; Cardi B; Drake; Kendrick Lamar).

Todos os anos, no futuro

A presença de dois prémios internacionais, justifica-a Sílvia Sá deste modo: “A PassMúsica não representa apenas a música nacional, representa toda a música. E uma boa parte dessa música é estrangeira. Portanto, não a podíamos deixar de fora.” Paulo Carvalho acrescenta: “Em quase todo o mundo, há sempre categorias para os artistas que não pertencem ao país original dos prémios. Aqui, quisemos dar um pequeno reflexo do que se ouve em Portugal, porque há uma ligação muito forte do público aos artistas internacionais.”

O arranque destes prémios foi dado por Paulo Carvalho. “Eu criei um conceito geral. No entanto, a primeira coisa que fiz foi apresentá-lo às entidades que, de uma forma jurídica, representam a música em Portugal. Fui catalisador dessas entidades, e agora nesta fase tenho assumido a coordenação geral dos profissionais que estão a trabalhar nisto, e que são mais de 300.”

Esta primeira edição é um teste, mas, diz Sílvia Sá, veio para ficar. Pelo menos a intenção dos organizadores é essa: “O nosso objectivo é repetir, anualmente, os Prémios da Música a partir desta data. Claro que haverá sempre coisas a melhorar em próximas edições. Mas o formato vai manter a estrutura delineada, até porque tentámos fazê-lo da forma mais inovadora possível.”

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