Bebel Gilberto em voz e violão com disco electrónico na agenda

A cantora brasileira passa por Portugal com a sua voz e violão, com uma homenagem à mãe Miúcha e dois projectos futuros: um disco electrónico e uma revisão das canções que lhe marcaram a infância. Segunda-feira no Porto, terça em Lisboa.

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Bebel Gilberto VICENTE DE PAULO

Bebel Gilberto, que Portugal já segue desde o início da sua carreira discográfica, apresenta-se de novo em salas portuguesas com um espectáculo de voz e violão. Esta segunda-feira, dia 8, estará no Porto, na Casa da Música (às 21h), e terça, 9, em Lisboa, no Tivoli BBVA (às 21h30).

Pelo telefone, ainda no Brasil, Bebel explica que se trata de um espectáculo de transição: “Há um disco de voz e violão que lancei há dois anos, e canto algumas canções dele neste projecto novo. Tem também uma pequena homenagem à minha mãe, que acabou de morrer. Então, temos assim um apontamento do repertório dela misturado com hits da Bebel, tudo só voz e violão.”

Nascida em Nova Iorque, em 1966, filha dos cantores João Gilberto e Miúcha (irmã de Chico Buarque), Bebel já gravou até à data seis discos em nome próprio: Tanto Tempo (2000), Bebel Gilberto (2004), Momento (2007), All in One (2009), Tudo (2014) e Live At The Belly Up (2017).

Mas o espectáculo de agora não é uma réplica deste último. “Não tem a ver com o disco que eu gravei, de voz e violão, ao vivo; é como se fosse uma transmutação. Porque eu estou de facto gravando um novo disco, mas esse é totalmente electrónico, com o produtor Thomas Bartlett.”

Novo disco já pronto

Pianista e produtor norte-americano, Bartlett já tinha tocado com Bebel no disco All In One, o único que ela gravou para a Verve, participando em quatro dos seus doze temas. O novo disco, diz a cantora, está “praticamente pronto”, embora não saiba ainda quando sai. Até porque, de momento, está concentrada nos espectáculos que ainda tem em agenda e que a trazem à Europa.

Com ela (só voz), vem um músico, Guilherme Monteiro, que a acompanha no violão. “É uma pessoa de que gosto muito, um grande músico, e nós já fizemos em vários lugares, nos Estados Unidos, na Austrália, no Brasil também, mas em poucos lugares na Europa. Então estou muito animada em fazer esse show agora, porque reúne as canções mais importantes da minha música.”

Miúcha, mãe de Bebel, morreu em Dezembro de 2018, aos 81 anos, de paragem respiratória. Daí esta homenagem que a filha vem fazendo nos espectáculos mais recentes. Quanto ao pai, João Gilberto, ela assegura que está bem, mas evita alargar-se em pormenores. “O meu pai está bem”, diz Bebel. “Mas estamos todos muito abalados com a perda da mamãe.” O foco familiar é esse.

Infância e bossa nova

A digressão europeia de Bebel Gilberto com o actual projecto de voz e violão começou no dia 6 em Estocolmo, seguindo depois para Viena, Porto, Lisboa, Paris, Atenas, Londres, Budapeste, Milão, e vai de novo aos Estados Unidos, a partir de 21 de Junho: Filadélfia, Alexandria, Nashville, Atlanta e Nova Iorque. É esta série de concertos que a ocupa, de momento, mas no horizonte, além do disco praticamente pronto a ser editado, Bebel Gilberto tem outra ideia já em curso: “Vou fazer um projecto que é uma pequena homenagem às músicas que mais influenciaram a minha infância e também os clássicos da bossa nova, uma mistura que devo fazer junto com o Sérgio Mendes na segunda metade do ano. Tem um nome provisório, que é Songs From My Childhood, músicas da minha infância. E não é só para o Brasil, é para o mundo todo.”

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