Coimbra recebe 15 milhões de Bruxelas para Instituto Multidisciplinar do Envelhecimento

O edifício deverá estar construído e as equipas instaladas num prazo de três anos, sendo que a contratação de investigadores deverá começar a ser feita gradualmente.

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Edifício será construído no pólo III da Universidade de Coimbra Paulo Pimenta/arquivo

A Universidade de Coimbra vai receber 15 milhões de euros da Comissão Europeia para criar o Instituto Multidisciplinar do Envelhecimento (MIA), aquele que vai ser o primeiro centro de investigação de excelência nesta área no Sul da Europa.

O MIA vai contar com um investimento global de 50 milhões de euros, estando prevista a construção de um edifício para albergar o instituto no pólo III da universidade, que terá um custo de cerca de 17 milhões de euros, anunciou esta terça-feira Ana Abrunhosa, presidente da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Centro (CCDRC), entidade que promoveu a candidatura, que teve a liderança científica da Universidade de Coimbra.

O projecto vai ser realizado em parceria com o Instituto Pedro Nunes, incubadora de Coimbra, a Universidade de Newcastle (Reino Unido) e o Centro Médico Universitário de Groningen (Holanda), sendo que a maioria das actividades e investimento será realizado na região, salientou Ana Abrunhosa, durante uma conferência de imprensa.

A presidente da CCDRC mostrou-se satisfeita com a selecção do projecto pela Comissão Europeia, no âmbito do Horizonte 2020, realçando a extrema competitividade deste programa.

Os 15 milhões de euros dos fundos europeus serão utilizados para a contratação de investigadores, esclareceu, referindo que o projecto vai actuar em torno de três pilares: formação avançada, inovação e transferência de conhecimento e investigação.

Ana Abrunhosa apontou para um prazo de três anos até o edifício estar construído e as equipas instaladas, sendo que a contratação de investigadores deverá começar a ser feita gradualmente.

O reitor da Universidade de Coimbra (UC), Amílcar Falcão, informou que só no edifício serão investidos cerca de nove milhões de euros do orçamento da instituição (haverá uma parte semelhante de fundos do programa operacional regional). “Queremos um projecto que possa durar e auto-sustentar-se no futuro. Isto é algo que veio para ficar e que é estruturante para a universidade”, disse, sublinhando que o próprio Conselho Geral da UC já tinha definido como área estratégica a saúde.

Apesar de o projecto estar centrado na área da saúde, face à sua dimensão multidisciplinar, Amílcar Falcão acredita que outras áreas do conhecimento da universidade poderão ser alavancadas para alimentar necessidades deste instituto.

Segundo o coordenador científico da candidatura, Rodrigo Cunha, o MIA deverá contar com cerca de 50 a 60 investigadores a trabalhar, sendo que serão contratadas oito equipas de investigadores, que vão juntar-se às equipas que na Universidade de Coimbra já trabalham esta temática.

Para o investigador, Coimbra tem excelentes características para a criação deste instituto face à presença do maior hospital do país, o Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra, da Faculdade de Medicina, “que continua a ser um esteio em termos de ensino médico em Portugal”, e do Centro de Neurociências e Biologia Celular.

“Se o envelhecimento é o principal factor de risco [de várias doenças crónicas], fará todo o sentido compreender melhor o que acontece quando envelhecemos. Se atrasarmos estas modificações que ocorrem no nosso organismo, vamos atrasar não uma doença em particular, mas todas as doenças crónicas associadas ao envelhecimento”, salientou o coordenador científico da candidatura.

Portugal captou mais 33 milhões de euros do programa europeu de apoio à investigação científica e inovação Horizonte 2020, arrecadando 174 milhões de euros dos concursos lançados em 2018, anunciou esta terça-feira o Ministério da Ciência em comunicado.

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