Portugal vai receber a conferência Radiodays Europe em 2020

A décima edição das conferências sobre o meio radiofónico vão acontecer no Centro de Congressos de Lisboa, entre 29 a 31 de Março do próximo ano.

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A edição deste ano acontece em Lausanne, na Suíça Radiodays Europe

Lisboa irá receber pela primeira vez a Radiodays Europe, uma conferência que reúne profissionais e empresas de todo o mundo ligadas ao sector da indústria da rádio. A revelação foi feita esta terça-feira, no fecho da presente edição, em Lausanne, na Suíça. O evento acontece entre os dias 29 a 31 de Março de 2020, no Centro de Congressos de Lisboa, na Junqueira, graças à candidatura de três grupos portugueses de rádio: a RTP, a Media Capital Rádios e o Grupo Renascença Multimédia. A organização estima que vão participar mais de 1600 profissionais de estações de rádio públicas e privadas de mais de 60 países.

Paula Cordeiro, professora universitária da área da rádio e comunicação digital no Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas (ISCSP-Lisboa)​, que faz parte da organização dos painéis de oradores do Radiodays, contou ao PÚBLICO que Lisboa já era o local escolhido para receber a iniciativa há algum tempo. “Os especialistas da organização estiveram em Lisboa há cerca de quatro anos a avaliar as condições e o local foi imediatamente escolhido”, disse. “O evento procura salas com concepções técnicas excepcionais, algo extremamente importante para aquilo que debatemos”, salientou a investigadora.

Lisboa também foi escolhida para o Radiodays do próximo ano por apresentar “equilíbrios de localização”, favorecendo visitantes e oradores de todo o mundo a nível de custos, que também terão a oportunidade de (re)visitar a cidade. “A WebSummit [que continua em Portugal nos próximos cinco anos] não tem nada a ver com isto”, frisou a professora antiga provedora do ouvinte da RDP.

Os intervenientes do meio rádio que se deslocam a esta conferência procuram “sempre a mesma coisa: informação e mais informação”, explicou. Procura-se saber como “reproduzir mais e melhor os eventos”, querem estar “actualizados sobre como se faz rádio um pouco por todo o mundo, o modelo de negócio que possa subsistir as rádios e o modelo tecnológico. Procura-se muito software de automatização, de programação de publicidade, de edição e sincronização com redes sociais”, descreveu. O que vai mudando a cada edição do Radiodays são os temas e os oradores convidados.

Com o desenvolvimento de novos formatos — como os podcasts — e a sobrevivência de outros, Paula Cordeiro traça um cenário. “Portugal é um mercado radiofónico com alguma dinâmica. Não é melhor, nem pior que os outros, mas precisa de se desenvolver.”

O Presidente da República já reagiu à escolha de Portugal para este evento. Marcelo Rebelo de Sousa, recordou os tempos em que também ele foi autor de programas na rádio.“Portugal e a rádio têm em comum serem plataformas de culturas, civilizações, continentes e oceanos.” Já Fernando Medina, presidente da Câmara Municipal de Lisboa, reagiu dizendo que “tal como a rádio não tem limites, Lisboa é uma cidade aberta ao mundo, tolerante e sem muros, braços abertos à diversidade”

“Iremos reflectir o presente, a evolução e o futuro da rádio”, assume a organização do evento em comunicado. "Os desafios digitais e a alteração dos tradicionais modelos de negócios com a chegada de novos ‘players', as novas plataformas e o mundo dos podcasts. As conferências estarão focadas em histórias de sucesso, novos avanços tecnológicos, novas técnicas e tendências na área da produção radiofónica, o jornalismo, a descoberta e formação de talento ou os mais recentes modelos de negócio.”

A primeira edição dos Radiodays Europe realizou-se em 2010 em Copenhaga, numa colaboração entre grupos públicos e privados nórdicos: Suécia, Noruega e Dinamarca, que tinham antes organizado uma conferência de rádio conjunta. A partir de 2012, o Radiodays Europe começou a sua viagem, mantendo sede em Barcelona. Em 2013 foi a vez de Berlim, na Alemanha. Depois Dublin, Irlanda, em 2014; Milão, Itália, em 2015, Paris em 2016; Amesterdão em 2017; Viena, na Áustria, em 2018; e Lausanne, Suíça, em 2019.

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