Conseguimos assistir à decomposição de uma garrafa de plástico durante 450 anos?

Associação Natureza Portugal, em associação com a WWF, vai mostrar em directo o processo completo de decomposição de uma garrafa de plástico. Transmissão online arranca este sábado, 30 de Março, durante a Hora do Planeta, na Praça do Comércio, em Lisboa.

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WWF

“Este é um countdown para o countdown mais longo de sempre”. A iniciativa da Associação Natureza Portugal, em associação com a World Wide Fund for Nature (WWF), é simples: a organização vai filmar o processo de degradação completo de uma simples garrafa de plástico e transmiti-lo em directo na Internet.

Se pensarmos que, em média, este período temporal se estende durante 450 anos, percebemos a dimensão desta iniciativa, que pretende levar a população mundial a assinar a petição da WWF contra a utilização de plásticos. Este sábado, 30 de Março, durante a Hora do Planeta, que decorre entre as 20h30 e as 21h30, a garrafa estará na Praça do Comércio, onde a exibição terá início. O processo poderá ser acompanhado depois no site Stop Plastic Pollution, naquele que promete ser um livestreaming "que ninguém vai conseguir ver até ao fim”. 

Nuno Presa Cardoso, da agência criativa NOSSA, foi um dos responsáveis pela concepção da ideia: “Muitas vezes, ao almoço, a nossa equipa pedia água que, naturalmente, vinha nas garrafas de plástico. E a certa altura pensei: ‘como é que conseguiríamos chamar à atenção para o enorme período enorme de tempo que o plástico leva a degradar-se?’”

Colocada sobre areia da praia, pretende-se que a garrafa seja filmada de forma ininterrupta até estar completamente decomposta. O criativo garante ao P3 que as condições técnicas estão reunidas. Depois de uma passagem por Lisboa, a garrafa de plástico será movida para a sede da WWF Portugal, em Lisboa, onde ficará por tempo indeterminado. 

O objectivo é que a transmissão não tenha qualquer falha durante o — praticamente — meio milénio que o plástico levará a desaparecer, mas há uma hipótese de a emissão ser interrompida:​ “Tentamos consciencializar e chamar a atenção. Se, daqui a uns anos, o planeta se unir e o plástico deixar de ser um problema tão grande, será com gosto que pararemos a transmissão”, explica Nuno Presa Cardoso.

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