“Brexit”: “O mais provável é a aprovação de um acordo tipo Noruega”, diz eurodeputado conservador

O eurodeputado conservador Charles Tannock pinta o "Brexit" como um acto “egoísta e destrutivo” caracterizado pela “ignorância em relação ao funcionamento da UE”.

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LUSA/NEIL HALL

Com cenários para todos os gostos, a Câmara dos Comuns do parlamento britânico tomou conta do processo do “Brexit”. Ao PÚBLICO, o eurodeputado Charles Tannock afirma que “o mais provável” é que os deputados “optem por um modelo semelhante ao da Noruega”, ficando assim o Reino Unido dentro do Espaço Económico Europeu.

Tannock é uma voz contra o “Brexit” entre os conservadores britânicos. Não hesita em afirmar que este é um processo “egoísta e destrutivo” que foi “caracterizado pela ignorância em relação ao funcionamento da União Europeia”.

Numa antecipação da ronda de votações da noite desta quarta-feira em Westminster, o eurodeputado conservador diz que também pode haver algum tipo de abertura dos deputados em levar o acordo conseguido por Theresa May a referendo, apesar de isso “implicar um prolongamento do processo por, pelo menos, mais seis ou nove meses”, obrigando à realização de eleições europeias para eleger eurodeputados britânicos.

Apesar de ser do partido da primeira-ministra britânica, Tannock defende que “May está convencida de que o acordo dela é a única solução”, num “país dividido” que “subestimou a união dos 27 (outros Estados-membros)”.

À margem da sessão plenária do Parlamento Europeu que decorre em Estrasburgo, França, o eurodeputado britânico fala em “riscos de crescimento dos nacionalismos dentro do Reino Unido”, nomeadamente pelo crescimento do sentimento separatista da Escócia e da união da Irlanda, riscos esses “que não existiam antes do referendo”.

O eurodeputado aponta o dedo à “arrogância do Governo britânico” em relação à Irlanda do Norte e a um “esquecimento total” dos escoceses neste processo, apesar de terem votado pela permanência na União.

Ainda na manhã desta quarta-feira, o eurodeputado do Partido Nacional Escocês, Alyn Smith, defendeu que “o melhor ‘Brexit’ é não haver ‘Brexit'” pedindo para que a UE “não feche a porta à Escócia”, até porque “é uma nação europeia e quer continuar a fazer parte (da União)”. A própria primeira-ministra escocesa já admitiu um novo referendo sobre a independência “dependendo do resultado do ‘Brexit'”.

O PÚBLICO viajou a convite do Parlamento Europeu.

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