A Ferrari vai voltar a ter um Schumacher ao volante

Na próxima terça-feira, Mick, filho de Michael, vai fazer testes num monolugar da escuderia italiana, e está bem encaminhado para ser mais um piloto de segunda geração na Fórmula 1.

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Mick Schumacher, filho de Michael LUSA/STEPHANIE LECOCQ / POOL

Daqui a uma semana, um Schumacher vai voltar a acelerar ao volante de um Ferrari. Mick, filho de Michael, vai sentar-se num dos monolugares da mítica escuderia italiana para uma sessão de testes após o Grande Prémio do Bahrein, que se disputa neste fim-de-semana. Mick vai conduzir o Ferrari SF90 ao abrigo do “Ferrari Driving Academy”, um programa de instrução criado pela escuderia de Maranello para jovens pilotos, sendo que, na quarta-feira seguinte, irá conduzir um Alfa Romeo (um nome que regressou neste ano à F1), equipado com motores Ferrari.

Ligado à academia da Ferrari desde Janeiro passado, o jovem de 20 anos tem mostrado talento para fazer justiça ao apelido que tem. Começou a competir em karts aos nove anos e, durante os primeiros tempos, usou como “nome de guerra” Mick Betsch, tomando o nome de solteira da mãe Corinne e evitando o bem mais mediático apelido do pai. Foi subindo na cadeia alimentar do desporto automóvel e, em 2018, sagrou-se campeão europeu de Fórmula 3. Em 2019 vai correr na Fórmula 2, com estreia marcada no Bahrein, para este fim-de-semana, pela italiana Prema Racing – Charles LeClerc, actual segundo piloto da Ferrari, foi um dos formandos recentes da Prema.

“Estou super-entusiasmado e gostava de agradecer à Ferrari e à Alfa Romeo por me darem esta oportunidade. Tenho a certeza de que vai ser uma óptima experiência”, declarou o jovem piloto alemão. Esta não será, no entanto, a primeira vez que Mick conduz um Fórmula 1. Em 2017, fez uma demonstração ao volante de um Benetton de 1994 em Spa-Francochamps, para celebrar os 25 anos da primeira vitória do pai na F1 em 1992 – o segundo triunfo aconteceria no ano seguinte, no Autódromo do Estoril. Seria, aliás, com a Benetton que “Schumi” conquistaria os seus dois primeiros títulos de campeão, em 1994 e 1995.

Mesmo com os títulos na Benetton e as três temporadas finais passadas na Mercedes, Schumacher é um apelido que está associado, por todos os motivos e mais algum, aos monolugares vermelhos. Foi na Ferrari que “Schumi” conquistou cinco dos seus sete títulos de campeão mundial de forma consecutiva (entre 2000 e 2004) e foi a sua parceria com Jean Todt (como director desportivo) que devolveu o “Cavallino Rampante” à relevância na F1. Esta associação de Mick à Ferrari surge cerca de cinco anos após o acidente de esqui que deixou o antigo campeão alemão paralisado e com múltiplas lesões cerebrais, não se sabendo exactamente qual é o seu estado – a família tem conseguido preservar a privacidade de Michael com um sucesso assinalável.

Se Mick Schumacher chegar à Fórmula 1, será mais um dos muitos pilotos de segunda geração a correr no “Grande Circo” – e será também o terceiro da sua família, depois do pai Michael e do tio Ralf. Entre os mais notáveis estão Damon Hill, filho de Graham Hill, e Nico Rosberg, filho de Keke Rosberg, ambos campeões, tal como os pais. No actual pelotão da F1, o holandês Max Verstappen (Red Bull) tem mostrado talento para ser um futuro campeão, ele que se estreou na categoria com 17 anos e já foi mais longe que o pai, Jos. A cumprir a sua quinta época na F1, o jovem Verstappen já ganhou cinco corridas e chegou 23 vezes ao pódio – o pai nunca ganhou um GP e só por duas vezes ficou entre os três primeiros em oito anos, ambos em 1994, com a Benetton e como colega de equipa de Michael Schumacher.  

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