Em Itália, está à venda a Ilha das Mulheres

Só tem lagartos, borboletas e muitos pássaros. Proprietários pediam mais de três milhões de euros pela pequena ilha na Sicília mas lançaram saldos: já aceitam negociar desde um milhão. A razão podem ser as restrições ao "refúgio".

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DR/Romolini Immobiliare
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DR/Turismo Isola delle Femmine
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“Uma oportunidade única para quem procura uma propriedade-troféu”, descreve na página do anúncio a agência que está a comercializar a Isola delle Femmine, uma ilhota italiana que dá também nome à cidade próxima, perto de Palermo, na Sicília. Desabitada e apenas com uma torre do século XVI, é do tamanho de uma pequena quinta mas muito acessível: a cerca de 300m do continente e da cidade homónima. O preço também está muito mais acessível: a partir de um milhão de euros.

Com “15 hectares de superfície externa” e “494 metros quadrados de área construída”, cercada por águas translúcidas, integrada numa reserva natural marinha, com uma pequena praia de areia branca, é anunciada no site da agência como podendo ter “um uso parcialmente privado” ou ser alvo de “um trabalho de recuperação”, sendo um “activo único no género”.

Apesar de avisos sobre as fortes restrições que recaem sobre um “activo” assim, a agência indica que um bom restauro da torre poderia “torná-la utilizável como residência privada” mas também se sugere que poderá tornar-se um edifício que funcione como “imagem de marca” ou “museu que permita aos turistas apreciar não apenas o carácter natural da ilha, mas também o histórico, artístico e arqueológico”.

Para ajudar à relevância deste isolotto (como lhe chamam os vizinhos), há vestígios gregos e romanos e estão garantidas “belas paisagens”, sendo que, sublinham, “a fauna é constituída predominantemente por lagartos comuns, mas não faltam belas e incomuns espécies de borboletas”. E é garantido que também não falta passarada, sendo um excelente local para observação de aves. Já nas águas, perfeitas para mergulho, não faltam lagostas. Nem corais.

“O preço começou por ser 3,5 milhões mas como ninguém se interessou descemos para entre 1 e 3 milhões, aberto a ofertas e negociações”, disse à CNN o agente imobiliário Riccardo Romolini, proprietário da Romolini Immobiliare, especializada em património de luxo e afiliada da internacional e poderosa Christie's. “Algo perto dos dois milhões já nos interessaria muito”, garante Romolini.

O vídeo que resume a propriedade

A ilha é propriedade de uma “família aristocrática” desde perto de 1600, referem. “Sempre adorei mergulhar para admirar as espantosas formações rochosas e corais. A água é translúcida e mágica. A beleza e o silêncio da ilha é encantador”, resume a condessa Paola Pilo Bacci, membro da família proprietária, lembrando que a ilha era usada como refúgio. Mas a “jóia da família” tornou-se demasiado onerosa de manter. “Não faz sentido mantermos algo que já não usamos”, diz a condessa à CNN, esperando que os novos proprietários tenham um “projecto de desenvolvimento que respeite a natureza envolvente”. Um alerta: talvez haja fantasmas, ou pelo menos há quem garanta ter visto “o fantasma de uma rapariga” que se “passeia pela praia, a dançar e cantar”. Uma lenda que parece feita à medida para esta Ilha das Mulheres.

Quando foi posta à venda, houve polémica (e continua). Embora privada, está vinculada a fortes restrições, como resumia ao jornal Palermo Today Vincenzo Di Dio, director da reserva natural. “Quem decida comprar a Ilha das Mulheres será bem-vindo” porque “já terá avaliado certamente as restrições ambientais”, que são “tão claras e rigorosas que não é possível assumir qualquer forma de exploração comercial ou desenvolvimento económico”. "Esperamos que o novo proprietário seja um amante da natureza, com quem possamos estabelecer uma colaboração frutífera”, referia.

O anúncio de venda está disponível aqui.

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