Chefe de gabinete de Juan Guaidó acusado de integrar “célula terrorista”

Oposição ao Governo de Nicolás Maduro disse na quinta-feira que os agentes dos serviços secretos "plantaram armas" em casa de Roberto Marrero. EUA dizem que detenção "vai ter consequências".

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Duas armas que o Governo de Maduro diz pertencerem aos detidos DR

O Governo de Nicolás Maduro acusou o chefe de gabinete de Juan Guaidó, detido na quinta-feira em sua casa, de pertencer a uma “célula terrorista” que preparava ataques contra altas figuras da política venezuelana.

Numa comunicação ao país através da televisão estatal, o ministro do Interior da Venezuela, Nestor Reverol, mostrou duas metralhadoras, que disse serem a prova de que Roberto Marrero se preparava para lançar um ataque.

Na quinta-feira, pouco depois de Marrero ter sido detido, o deputado da oposição Sergio Vergara – cuja casa também foi alvo de buscas – disse que os agentes dos serviços secretos que realizaram a detenção “plantaram armas” em casa do advogado e chefe de gabinete de Juan Guaidó.

Para além de Marrero, os agentes do SEBIN detiveram o seu segurança, Luis Salazar, que as autoridades venezuelanas dizem também pertencer à “célula terrorista”.

Em reacção às buscas em casa dos dois responsáveis próximos de Guaidó e às detenções de Roberto Marrero e Luis Salazar, os EUA disseram que essas acções do Governo de Nicolás Maduro “vão ter consequências”.

O representante especial norte-americano para a Venezuela no Departamento de Estado, Elliott Abrams, disse que as detenções “mostram que Maduro aposta na repressão para se manter no poder”.

Numa comunicação em que exigiu a libertação imediata de Roberto Marrero, o representante norte-americano disse que a detenção foi “facilitada” pela juíza venezuelana Carol Padilla, pelos procuradores Farid Mora Salcedo e Dinora Bustamante, e pelos agentes do SEBIN Danny Contreras e Angel Flores.

Um país, dois governos

Na qualidade de líder da Assembleia Nacional venezuelana, Juan Guaidó foi proclamado por essa câmara Presidente interino do país, em Janeiro, depois de Nicolás Maduro ter tomado posse para um segundo mandato presidencial.

Segundo a Assembleia Nacional, essa tomada de posse é inconstitucional porque considera as eleições presidenciais de 2018 ilegítimas – os candidatos da oposição não participaram e milhões de eleitores boicotaram a votação.

Antes disso, em 2017, o Supremo Tribunal venezuelano tinha declarado a Assembleia Nacional em “desacato” e validara a convocação de uma Assembleia Constituinte por Nicolás Maduro – o que, na prática, criou dois parlamentos no país, um de maioria da oposição e o outro controlado pelos apoiantes de Maduro.

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