Novo Banco: Máximo dos Santos defende membros da Comissão de Acompanhamento

O presidente do Fundo de Resolução, Luís Máximo dos Santos, defendeu hoje no parlamento os cargos de José Rodrigues de Jesus e José Bracinha Vieira na Comissão de Acompanhamento ao Novo Banco.

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ENRIC VIVES-RUBIO

Perante uma pergunta do deputado do PSD Duarte Pacheco, que classificou a audição a José Rodrigues de Jesus, presidente da Comissão de Acompanhamento, de “especial prestação parlamentar”, Luís Máximo dos Santos disse que “nem tudo o que parece é”.

Sentindo necessidade de justificar a nomeação de ambos, o presidente do Fundo de Resolução disse hoje, na comissão de Orçamento, Finanças e Modernização Administrativa, que “a decisão que o Fundo tomou foi uma decisão criteriosa” em termos de nomeação dos dois membros.

“Não procurei pessoas dentro das minhas relações pessoais, procurei pessoas que olhando para os respetivos currículos, davam à partida garantias”, disse Luís Máximo dos Santos.

Quanto a José Rodrigues de Jesus, Máximo dos Santos relembrou que foi administrador nomeado pelo Estado português quando o Banco Comercial Português esteve sob o regime de recapitalização pública (CoCos), e que esteve presente em “atividades de fiscalização”, algo que se adequa às atuais funções, e que “mereceu a distinção de ser designado bastonário da Ordem dos Revisores Oficiais de Contas”.

Já sobre José Bracinha Vieira, disse que era “alguém com uma carreira no Banco de Portugal”, que “teve a primeira experiência de lidar com NPL (crédito malparado), ao presidir à Finangeste” e que a sua qualidade de jurista serviria para “fazer contraponto a uma personalidade de índole mais financeira”.

Esta defesa segue-se à audição a José Rodrigues de Jesus e a José Bracinha Vieira, na última quarta-feira, que deixou vários deputados, segundo os mesmos, “perplexos” com as explicações dos responsáveis.

“Estou perplexo e não estou convencido do papel da comissão de acompanhamento”, disse o deputado do PCP Paulo Sá, que por duas vezes pediu ao presidente da Comissão de Acompanhamento, José Rodrigues de Jesus, para apontar as questões que os deputados faziam de modo a não se esquecer e poder responder cabalmente.

Também o deputado do PSD Duarte Pacheco alinhou com a posição do deputado comunista Paulo Sá e considerou-se surpreendido com a audição de hoje.

“A perplexidade não é só sua. Estamos a sentir-nos enganados durante muito tempo com o papel [da Comissão de Acompanhamento], estão a acompanhar de forma displicente”, afirmou o social-democrata, que considerou que as respostas dadas pelo presidente mostram que há coisas tratadas “como conversa de café”.

Hoje, no final da primeira intervenção de Luís Máximo dos Santos, a presidente da Comissão de Orçamento, Finanças e Modernização Administrativa, Teresa Leal Coelho (PSD), disse que algumas das afirmações de José Rodrigues de Jesus eram “graves” e poderiam minar a confiança na credibilidade do sistema”.

Teresa Leal Coelho lembrou que foram “insinuações que ficaram no ar nesta comissão”, e que “uma audição perante o parlamento não é propriamante uma conversa noutra circunstância”.

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