Frederico Varandas exige que “matilha de cobardes” seja banida do desporto

Presidente do Sporting realizou conferência de imprensa em que discutiu agressões a dirigentes leoninos. "Não chega um telefonema pessoal para o presidente a pedir desculpa", criticou, fazendo referência ao telefonema de Pinto da Costa.

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Presidente dos "leões" falou de agressões sofridas por dirigentes do Sporting LUSA/JOÃO RELVAS

Frederico Varandas, presidente do Sporting, criticou duramente as agressões sofridas por elementos do clube em duas ocasiões diferentes. No jogo contra o Boavista, no Estádio do Bessa, um membro da direcção “leonina” foi alegadamente agredido por Jorge Loureiro, filho de Valentim Loureiro e membro do Conselho Geral do clube “axadrezado”. No passado sábado, no Dragão Caixa, a esposa de Miguel Albuquerque, director-geral das modalidades do Sporting, foi agredida com um murro na face por um adepto “azul e branco”, após um desentendimento na zona VIP do pavilhão. 

“No episódio do Bessa, tivemos um elemento do Conselho Directivo agredido, por trás, com murros na nuca, e, há 48 horas, tivemos uma agressão miserável a uma senhora, esmurrada na face. Em ambos os casos existe a particularidade de serem precisos vários cobardes para o fazerem. É preciso uma matilha de cobardes. O que aconteceu não pode ser esquecido, ignorado nem tolerado”, afirmou o dirigente dos “leões”.

Em relação ao telefonema feito por Pinto da Costa, que procurou explicar a origem dos incidentes no Dragão Caixa ao presidente do Sporting, Varandas afirmou que o pedido de desculpas “azul e branco” foi manifestamente insuficiente: “Não chega um telefonema pessoal para o presidente a pedir desculpa, não chega um pedido de desculpa envergonhado, quase em off, ao presidente do Sporting.” 

No comunicado publicado esta sexta-feira pelos portistas, o FC Porto repudia aquilo a que chama “zaragata” durante o jogo de hóquei em patins entre os “dragões”, mas deixa críticas às “alegações falsas” de Miguel Albuquerque. O director-geral das modalidades do Sporting, após o jogo de hóquei em patins, questionou a actuação de Adelino Caldeira, dirigente da SAD portista, por este ter alegadamente escoltado o agressor para fora do pavilhão depois dos desacatos. “A pessoa que agrediu está perfeitamente identificada, tinha uma camisola do FC Porto com o número 13. Perguntem a Adelino Caldeira, que rapidamente a colocou fora do pavilhão, se sabia quem era”, afirmaria Miguel Albuquerque. 

O dirigente leonino, de resto, já no passado se envolvera numa altercação, então com um jogador do Benfica de futsal, que acabou por lhe valer uma suspensão por 16 meses e uma multa de 408 euros. Isto porque o Conselho de Disciplina da Federação Portuguesa de Futebol (FPF) concluiu que Albuquerque agrediu Bruno Coelho a 13 de Junho de 2016, na sequência de uma partida referente à final do play-off do campeonato nacional.

Frederico Varandas foi mais longe e garantiu que irá pedir uma audiência ao Governo, para se tomarem medidas que previnam o acontecimento de situações semelhantes. "Vamos pedir uma audiência com urgência ao Governo e solicitar reuniões a todas as federações e ligas em que participamos para que estes casos não se repitam”, concluiu o líder leonino. O dirigente do Sporting defendeu que o Estado partilha com os clubes a responsabilidade de garantir a segurança daqueles que frequentam eventos desportivos, exigindo uma resposta institucional forte: "O Estado tem de legislar e é co-responsável por criar condições para que isto não se volte a repetir. Portugal é um Estado de direito e o desporto não pode ser um território sem lei, sem justiça, sem decência. A gravidade do que aconteceu exige uma resposta ao mais alto nível institucional.”

Aliciamento de jogadores: “Não vamos largar esse caso até ao fim”, garante Varandas

Depois de ter debatido as agressões a elementos do Sporting, Frederico Varandas discutiu o depoimento de Lionn, antigo defesa do Rio Ave. Chamado a depor no Tribunal de Esposende, o brasileiro afirmou que o agente desportivo César Boaventura o terá tentado aliciar no jogo contra o Benfica, referente à época 2015-16. Nesse encontro, vencido pelos “encarnados” por 1-0, o defesa não chegaria a ser utilizado, por se encontrar lesionado. 

“Ouvimos o que saiu recentemente na comunicação social, onde jogadores profissionais referiram em tribunal, repito, em tribunal, que foram aliciados para perder um jogo. Para ser sincero, não é surpresa para mim. Mas o que eu quero deixar de garantia é que não vamos largar este caso até ao fim. Porque temos a forte convicção de que o Sporting foi seriamente prejudicado desportivamente e financeiramente pelo que aconteceu”, finalizou Frederico Varandas.

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