Menos carga fiscal e novo aeroporto no topo das prioridades dos patrões

Aposta na qualificação profissional, redução da carga fiscal sobre as empresas e novo aeroporto do Montijo são as preocupações centrais dos líderes das confederações patronais.

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Cerimónia de assinatura do acordo de financiamento entre o Estado português e a ANA para a construção de um novo aeroporto no Montijo Nuno Ferreira Santos

A cerca de seis meses para a campanha eleitoral das legislativas, os patrões têm já ideias claras sobre as prioridades para o país que gostariam de ver em destaque. António Saraiva, Confederação Empresarial de Portugal (CIP), explica que é necessário “uma aposta firme na qualificação profissional de activos a par da melhoria do quadro fiscal e da sua previsibilidade”.

A questão da pressão fiscal é, aliás, constante no discurso dos empresários. Para João Vieira Lopes, da Confederação do Comércio e Serviços de Portugal (CCP) , a prioridade “é claramente baixar a pressão fiscal sobre as empresas, não necessariamente o IRC”.

“A carga fiscal é excessiva e limita o investimento privado. Existe falta de capital e rendimento disponível para investir”, queixa-se. Quanto “ao resto”, diz, “é negociável em função do xadrez político”. 

Segundo o Banco de Portugal, a carga fiscal representou em 2017 34,7% do PIB, o valor mais alto desde 1995, ano em que o Instituto Nacional de Estatística (INE) começou a compilar dados sobre as contas públicas. Isto porque apesar de ter havido descida de alguns impostos, como o IVA da restauração, houve agravamento de impostos indirectos.

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Primeiro-ministro esteve presente na assinatura do acordo de financiamento do novo aeroporto Rui Gaudêncio

Francisco Calheiros, por seu lado, aponta uma medida, em específico. “Sem dúvida que destaco a urgência de avançar rapidamente para o novo aeroporto de Lisboa. Concluído que está o modelo de financiamento para a solução do Montijo, continuamos a aguardar o resultado do Estudo de Impacte Ambiental e, muito importante, que se organize a saída do dispositivo da Força Aérea para deslocalizá-lo para outras unidades do país, um processo que é longo e complexo. Não vejo que seja possível cumprir os prazos apresentados por este Governo e isso continua a deixar-nos muito preocupados”, explica o líder da Confederação de Turismo Português. 

Calheiros sublinha que “o actual aeroporto já está a perder 1,8 milhões de passageiros por ano por falta de capacidade”. Na melhor das hipóteses, sublinha, “não iremos ter novo aeroporto antes de 2022 e é óbvio que até lá vamos continuar a perder turistas potenciais”. 

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