Ambiente e sociedade fechada preocupa os designers do Portugal Fashion

O primeiro dia do evento de moda no Porto arrancou com preocupações ambientais e sociais na passerelle.

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Júlio Torcato Ugo Camera
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Maria Gambina Ugo Camera
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As preocupações ambientais, de sustentabilidade e sociais marcaram a primeira noite da 44.ª edição do Portugal Fashion, que decorre até domingo, na Alfândega do Porto. Primeiro, foi o designer de moda Júlio Torcato que fez uma performance para alertar para os animais em vias de extinção e para a poluição. Seguiu-se Hugo Costa que chamou a atenção para os “muros de Berlim” que ainda continuam a existir na sociedade “fechada sobre si mesma”.

Pelos 30 anos da marca, na última edição do Portugal Fashion, Júlio Torcato prometia fazer o seu último desfile no formato tradicional. “Os 30 anos foi um momento de viragem”, realça o designer entre o frenesim das modelos a entrar e a sair dos bastidores para despirem os coordenados que, momentos antes, tinha apresentado. O prometido é devido. Desta vez, Júlio Torcato apresentou “File n.º 001 Wake up” com multimédia, música e desfile para transmitir que “a moda tem de ter mais conteúdo e mais mensagem, que tem de se preocupar com causas”, explica. “A moda deve ser contra o consumo excessivo em que ‘menos às vezes é mais’. Ou seja, menos desperdício”, realça o designer que apresentou uma colecção minimalista com nove coordenados alusivos aos animais em extinção, entre fatos, vestidos e camisas. “A relação com a sustentabilidade por exemplo, está nos polyesters que são reciclados de plástico recolhido do mar ou na pele ecológica”, descreve o designer. 

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Maria Gambina que apresentou a colecção “Nancy” com referências do vestuário de ski Ugo Camera

Também Hugo Costa deixou um alerta com expressões do antigo Muro de Berlim inscritas em alguns dos coordenados da colecção “Maybe we’ll be together again”, também esta uma frase inscrita no antigo muro. “As pessoas esqueceram-se que o muro foi derrubado em 1989. Achei pertinente chamar a atenção para os muros físicos que estamos a construir e olhamos cada vez menos para a pessoa do lado”, alerta o designer, que “quis transmitir uma mensagem de esperança para que as pessoas tenham capacidade de reagir e não ficarem entre muros”, acrescenta.

A noite do Portugal Fashion terminou com o desfile de Maria Gambina que apresentou a colecção “Nancy” com referências do vestuário de ski. “É quase um ambiente de estância da neve, mas numa atitude contemporânea”, descreve ao PÚBLICO, rodeada dos 32 coordenados, alguns deles masculinos.

Maria Gambina, que regressou na última edição, às passerelles, depois de algum tempo afastada, apresentou fatos de ski que se “transformam em vestidos rodados feitos em materiais técnicos com referências a peças intemporais”. E nas tonalidades bordeaux, cru, branca, amarelo-torrado e coral, com apontamentos laranja, verdes e azuis-claros. “A identidade da marca esta presente” nestes coordenados ou seja, a Maria Gambina tem uma atitude muito relaxada, pessoal, mas ao mesmo tempo feminina”, descreve a designer sobre o seu trabalho. “Mas sempre conta com um lado muito gráfico e de rua”, refere. 

Durante o primeiro dia do Portugal Fashion desfilaram também os criadores da plataforma Bloom, incluindo Rita Sá, Maria Meira e Daniela Pereira. Até domingo decorrem 33 desfiles de cinco dezenas de criadores e marcas nacionais, como Alexandra Moura, Alves/Gonçalves, Diogo Miranda, Luís Buchinho, Luís Onofre, Miguel Vieira, Katty Xiomara e Nuno Baltazar, entre muitos outros.

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