Instituto Hidrográfico vai partilhar conhecimento e recursos com o AIR Centre

O grande objectivo da aliança entre o Instituto Hidrográfico e o Centro Internacional de Investigação do Atlântico (AIR Centre) é evitar a redundância dos trabalhos desenvolvidos pelas duas instituições.

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O AIR Centre irá estudar áreas como espaço ou os oceanos e ficará sediado nos Açores Rui Soares

O Instituto Hidrográfico (IH) vai aliar-se ao Centro Internacional de Investigação do Atlântico (AIR Centre), partilhando recursos e conhecimentos na investigação dedicada aos oceanos e ecossistemas marinhos. Um dos grandes objectivos na aliança que é formalizada esta quarta-feira com a assinatura de um memorando de entendimento entre as duas instituições é a não duplicação de esforços e acções, evitando redundâncias nos trabalhos desenvolvidos.

O memorando prevê que o IH e o AIR Centre, que ficará sediado nos Açores, desenvolvam projectos de investigação conjuntos, identificando áreas de interesse comuns e partilhando recursos e competências. As áreas de trabalho comuns identificadas no protocolo são, entre outras, o combate à poluição nos oceanos, adaptação e mitigação de impactos das alterações climáticas e sistemas de energia sustentável. Pretendem ainda reforçar a capacidade de transferência de conhecimento para a sociedade, envolvendo no processo governos, universidades, empresas e sociedade civil.

Ao IH caberá partilhar a sua cartografia hidrográfica e a sua experiência na observação oceânica, com o objectivo de promover, no âmbito do AIR Centre, uma Rede de Observação Oceanográfica do Atlântico. Entre as obrigações atribuídas ao IH nesta parceria está também a de participar e apoiar parcerias com entidades públicas e privadas que levem ao desenvolvimento de sensores de baixo custo para observação oceânica que, por um lado, possam ser facilmente usados por “actores menos experientes no Atlântico Central e do Sul” e que, por outro lado, possam ser usados como elementos tecnológicos de base para uso global, nomeadamente no apoio a missões de satélites da Agência Espacial Europeia (ESA).

O memorando de entendimento, que é assinado esta quarta-feira em Lisboa pelos responsáveis máximos dos dois organismos e pelos ministros que os tutelam – o ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Manuel Heitor, e o ministro da Defesa, João Gomes Cravinho – prevê a criação de uma comissão de acompanhamento para a sua execução, a qual ficará também incumbida de apresentar um plano de acção tendo em conta os objectivos do protocolo.

Com a duração de cinco anos, o protocolo pode ser sucessivamente renovado por períodos iguais, se for esse o entendimento das partes, ou denunciado com um aviso prévio de 60 dias, que não poderá pôr em causa actividades já em curso. O AIR Centre pretende reunir investigação em áreas como o espaço, oceanos, alterações climáticas e processamento de dados e tem a participação do Brasil, Espanha, Angola, Cabo Verde, Nigéria, Uruguai e São Tomé e Príncipe, tendo o Reino Unido e a África do Sul como países observadores.

O objectivo, segundo Manuel Heitor, é “perceber como é que as novas tecnologias espaciais e o conhecimento já muito existente em tecnologias oceânicas podem contribuir para a análise, a prospecção e a criação de emprego, no contexto de grandes alterações climática”. O AIR Centre deverá arrancar em Junho e a sede definitiva do centro ainda não está escolhida, mas está a ser analisada a possibilidade de serem utilizadas infra-estruturas deixadas livres pela Força Aérea norte-americana, no âmbito da redução militar na base das Lajes, na ilha Terceira, nos Açores.

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