Dirigente sindical da polícia faz greve de fome em frente ao Palácio de Belém

Peixoto Rodrigues diz que só há duas formas de terminar o protesto: ter “garantias da tutela para resolução” das reivindicações dos polícias ou “ter problemas de saúde e ter de ser hospitalizado”.

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O presidente do Sindicato Unificado da PSP em greve de fome, Peixoto Rodrigues LUSA/ANTÓNIO COTRIM

O presidente do Sindicato Unificado da PSP, Peixoto Rodrigues, iniciou esta terça-feira uma greve de fome “por tempo indeterminado” em defesa dos profissionais da polícia e exigindo garantias do Governo em resposta a várias reivindicações.

O protesto foi iniciado nesta terça-feira às 10h em Lisboa, frente ao Palácio de Belém, a residência oficial do Presidente da República, em Lisboa, sendo uma “acção programada e planeada a favor da PSP”.

“É uma acção programada e planeada, que não é contra ninguém, mas sim a favor da PSP. Os polícias fazem parte de um corpo especial da administração pública e são dos poucos que não têm direito à greve. Há várias reivindicações em cima da mesa que são do conhecimento do Ministério da Administração Interna desde o ano passado e sem qualquer tipo de resposta ou de início de negociação”, afirmou Peixoto Rodrigues em declarações à agência Lusa.

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O presidente do Sindicato Unificado da PSP e dirigente da Federação Nacional dos Sindicatos de Polícia (Fenpol) diz que só há duas formas para terminar a greve de fome ou “abstenção à ingestão de alimentos sólidos": ter “garantias da tutela para resolução” das reivindicações dos profissionais ou “ter problemas de saúde e ter de ser hospitalizado”.

Os profissionais contestam o incumprimento de uma decisão do Supremo Tribunal Administrativo que condenou o Estado a pagar os suplementos remuneratórios desde 2010 durante os períodos de férias.

Outra das exigências é o aumento imediato do suplemento por serviço nas forças de segurança, bem como a indexação dos suplementos de serviço, partilha, turno, piquete e comando à remuneração principal de cada elemento policial.

A Fenpol quer ainda a “revisão imediata” do factor de sustentabilidade aplicado aos profissionais da PSP que se aposentaram em 2014 e 2015, que causou uma perda do valor da pensão de aposentação.

Os profissionais também contestam a existência de dois subsistemas (Caixa Geral de Aposentações e Segurança Social) consoante os elementos da PSP foram incorporados até final de 2005 ou a partir de 2016, o que impõe regras distintas aos profissionais.

Questionado pela Lusa, Peixoto Rodrigues negou que esta acção de protesto se tenha inspirado na greve de fome do presidente do Sindicato Democrático dos Enfermeiros (Sindepor), indicando que foi uma forma de luta “programada há muito tempo” e muito ponderada.

“É uma situação extrema e máxima de uma luta, não é inspiração em ninguém. É uma luta dos polícias e para os polícias”, declarou.

A greve de fome inicia-se na véspera de uma manifestação de polícias fardados marcada para Lisboa e organizada por vários sindicatos da PSP. A manifestação vai decorrer entre a Direcção Nacional da Polícia de Segurança Pública, na Penha de França, e em direcção ao Ministério da Administração Interna, na praça do Comércio.

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