Encontradas caixas negras do Boeing da Ethiopian Airlines

Morreram 157 pessoas no avião que se despenhou no domingo.

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Reuters/TIKSA NEGERI

Foram encontradas “caixas negras” do avião Boeing 737-8 MAX, da companhia Ethiopian Airlines, que se despenhou este domingo, em Bishoftu, na Etiópia, avança a Reuters. A informação foi também confirmada pela transportadora.

A caixa negra que contém os dados técnicos do voo e a que regista as conversas no ‘cockpit’ “foram encontradas”, indicou a Ethiopian Airlines na sua conta na rede social Twitter. "O registo digital de voo (DFDR) e o registo de voz da cabine (CVR) do (voo) ET302 foram recuperados”.

Os peritos dizem que ainda é muito cedo para conhecer as causas do acidente.

Um responsável da aviação, citado pela agência Associated Press sob anonimato, adiantou, no entanto, que as caixas ficaram parcialmente destruídas. “Vamos ver o que conseguimos, o que será possível recuperar”, disse.

Um dos proprietários do terreno onde o avião se despenhou disse à Reuters que viu a aeronave virou repentinamente enquanto estava repleta de fumo e a fazer um “barulho estranho” antes de cair.

Outra testemunha que falou à Associated Press também diz ter visto fumo a sair da parte de trás do avião antes de este atingir o solo. Tamrat Abera afirmou ainda que “o avião girou duas vezes antes de explodir”.

Agência europeia investiga com EUA causas da queda do avião na Etiópia

A Agência Europeia de Segurança Aérea (AESA) informou que está a investigar as causas do acidente com o organismo dos Estados Unidos. A investigação está a ser feita pela agência da União Europeia em conjunto com a Administração da Aviação Federal (FAA, na sigla inglesa) dos Estados Unidos e com os fabricantes do Boeing 737-8 MAX.

A AESA emitiu um breve comunicado no qual assegura que está a monitorizar a investigação sobre as causas da queda do voo ET302 da Ethiopian Airlines e que publicará qualquer novidade no seu site.

Um “catástrofe” para as Nações Unidas

O director-geral do escritório europeu das Nações Unidas em Genebra, Michael Moller, disse, em declarações citadas pela Reuters, que a organização sofreu uma das maiores perdas devido à queda deste avião. “É uma das maiores catástrofes dos últimos anos”, lamentou depois de se ter cumprido um minuto de silêncio antes de uma reunião.

A aeronave despenhou-se depois de ter descolado da capital Addis-Abeba​, na Etiópia. Morreram 157 pessoas — 149 passageiros e oito tripulantes. A aeronave, que realizava um voo regular entre Addis-Abeba e Nairobi (Quénia), despenhou-se cerca de seis minutos após a descolagem da capital da Etiópia.

O desastre aéreo já levou as autoridades de aviação chinesas a suspender a circulação de todos os aparelhos Boeing 737 MAX. São 96 aparelhos, de 13 companhias de aviação chinesas, que vão manter-se em terra, até que se esclareça se há riscos associados a este modelo, que já tinha estado envolvido noutro acidente mortífero, a 29 de Dezembro de 2018, na Indonésia.

Entretanto, começam a ser conhecidas as identidades das vítimas do acidente.

Três médicos austríacos, o co-fundador de uma organização humanitária, um embaixador, a mulher e o filho de um deputado Eslovaco ou um professor universitário canadiano nascido na Nigéria são algumas das vítimas da queda do avião.

O Ministério dos Negócios Estrangeiros alemão confirmou que seguiam a bordo cinco cidadãos alemães, incluindo uma funcionária da agência das Nações Unidas para as migrações.

As autoridades chinesas confirmaram a existência de oito cidadãos chineses no avião, entre os quais dois trabalhadores das Nações Unidas.

A Ethiopian Airlines foi fundada em 21 de Dezembro de 1945 e a sua rede abrange Europa, América do Norte, América do Sul, África, Médio Oriente e Ásia, ligando as cidades em todo o mundo.

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