Europeias: PSD-Açores não aceita o 8.º lugar e admite nem fazer campanha

Sociais-democratas açorianos indicaram o nome de Mota Amaral cujo estatuto, alegam, valeria bem o 2.º lugar na lista ao Parlamento Europeu. Direcção de Rui Rio reservou-lhe apenas a 8.ª posição, considerada não elegível.

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Mota Amaral no conselho nacional extraordinário de 17 de Janeiro, à volta do qual assumiu a defesa da direcção de Rio Nelson Garrido

O PSD-Açores mostra-se irredutível quanto à aceitação do 8.º lugar, que considera demasiado modesto, que a direcção nacional do PSD tenciona dar a Mota Amaral na lista para o Parlamento Europeu (PE) e prepara-se para assumir uma posição de força, já. Para este sábado está marcada uma reunião do conselho regional do PSD-Açores e tudo indica que venham a ser aí adoptadas “medidas de protesto” que podem passar pelo não envolvimento dos sociais-democratas açorianos na campanha eleitoral do partido às eleições de 26 de Maio.

O líder do PSD-Açores Alexandre Gaudêncio já fez saber a Rui Rio que não aceita o 8.º lugar reservado ao candidato indicado pelos sociais-democratas do arquipélago, considerando que Mota Amaral, ex-presidente da Assembleia da República e do Governo Regional dos Açores, “é uma pessoa que merece respeito e consideração” e que “não ficaria nada mal se viesse logo a seguir, em segundo lugar” na lista, logo atrás de Paulo Rangel. O PÚBLICO contactou várias vezes o presidente do PSD-Açores, mas Alexandre Gaudêncio, que é também presidente da Câmara da Ribeira Grande, está a guardar-se para o conselho regional. Segundo a Lusa, o líder dos sociais-democratas açorianos vai propor este sábado aos conselheiros regionais a adopção de “medidas de protesto” por “desrespeito com a estrutura do PSD-Açores”, que passam, entre outras, pela não realização de campanha eleitoral pelo partido às europeias.

Uma posição de ruptura, confirmou o PÚBLICO, que está mesmo na agenda que Gaudêncio leva para o conselho regional. “Há uma grande tensão no PSD-Açores”, adiantou outra fonte dos social-democratas açorianos, sem especificar.

Mota Amaral terá feito saber que só estaria disponível para fazer parte da lista do PSD se ocupasse uma posição elegível, ou seja, os primeiros seis lugares, à luz dos resultados de 2014. Desde que foi anunciado o nome do antigo presidente da Assembleia da República e um dos fundadores do partido para a lista do PSD ao Parlamento Europeu que Mota Amaral se mantém em silêncio, relegando quaisquer comentários para depois da oficialização da lista do PSD ao Parlamento Europeu.

Rui Rio, por outro lado, mesmo sem nunca se ter comprometido com posições na lista, tem elogiado o candidato açoriano. “O dr. Mota Amaral não é uma pessoa qualquer, é lógico que tem de ser tratado com a dignidade que merece. Se não for possível ser tratado com essa dignidade, então não pode estar”, admitiu o líder do PSD no início de Fevereiro, depois de ter sido conhecida a indicação de Ponta Delgada.

As estruturas regionais açorianas do PS e do PSD, tal como acontece com as da Madeira, costumam indicar os seus candidatos em lugar elegível nas listas nacionais para o Parlamento Europeu. Rio poderá quebrar essa regra.

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