Coletes Amarelos querem bloquear Paris durante três dias

Acção começa hoje numa altura em vésperas do final do debate promovido pelo Presidente, Emmanuel Macron.

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A última manifestação dos Coletes Amarelos no sábado atraiu menos de 40 mil manifestantes, o número mais baixo até agora CHRISTIAN HARTMANN/Reuters

Os Coletes Amarelos iniciam esta sexta-feira aquilo a que chamaram “o momento decisivo”: querem bloquear a capital francesa até domingo, através de manifestações e da ocupação das principais ruas da cidade.

Antes de terminar, a 15 de Março, o “grande debate nacional", uma série de debates em todo o país promovidos pelo Presidente Emmanuel Macron, para responder às exigências dos Coletes Amarelos, o movimento quer mandar uma mensagem directa ao Governo.

A ideia foi, mais uma vez, lançada nas redes sociais pelo grupo “France en Colère", gerido por Éric Drouet, uma figura do movimento que ficou conhecida por incitar os restantes manifestantes a invadir o Palácio do Eliseu, a residência oficial do Presidente.

O grupo apelou aos “coletes" de todo o país para se deslocarem a Paris e ocuparem espaços públicos com acampamentos e manifestações, bloqueando as ruas da cidade desta sexta-feira até domingo.

Nos planos está que as manifestações começem junto à Torre Eiffel e se estendam, em seguida, a toda a capital.

Na página do grupo no Facebook, garante-se que há uma organização paralela para alojamentos, partilha de boleias e serviços de saúde, e o apelo para o bloqueio é também feito noutras cidades como Bordéus.

As já tradicionais manifestações de sábado dos Coletes Amarelos têm vindo a perder fôlego, com menos de 40 mil manifestantes em toda a França no fim-de-semana passado – o número mais baixo até agora.

Os protestos começaram a 17 de Novembro de 2018, com uma manifestação contra o anúncio do aumento do preço dos combustíveis que juntou, na altura, cerca de 282 mil manifestantes.

A subida do preço dos combustíveis não chegou a ser aprovada, mas o motivo dos protestos foi alargado a toda a política fiscal e social de Emmanuel Macron.

Nas manifestações morreram mais de 20 pessoas, 1800 ficaram feridas e, de acordo com dados do Ministério do Interior francês, mais de oito mil foram detidas.

Uma sondagem do instituto IFOP para o Journal du Dimanche, divulgada no mês passado, indicava que a maioria dos franceses (52%) defende o fim dos protestos dos Coletes Amarelos.

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