Ajax contra a arrogância do Real; Borussia em busca do "impossível"

O grande jogo da primeira mão, em Amesterdão, “caiu” para um Real que considera ter a eliminatória bem encaminhada. Na Alemanha, Raphaël Guerreiro corre pelo “milagre”.

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Sergio Ramos não irá a jogo frente ao Ajax. LUSA/RODRIGO JIMENEZ

2-1 em Amesterdão. Jogo ganho e eliminatória bem encaminhada, pensou o Real Madrid. Tanto assim foi que Sergio Ramos admitiu ter forçado o cartão amarelo, no final do jogo, para ser castigado na segunda mão frente ao Ajax e ficar com "folha limpa" para o resto da competição. A UEFA "trocou as voltas" ao central espanhol – aplicou dois jogos de castigo – e, nesta terça-feira, o Ajax também quer trocar as voltas aos espanhóis: contrariar a "arrogância" dos de Madrid e garantir que Sergio Ramos só cumprirá o castigo completo na próxima temporada, tirando os campeões europeus da prova já nos oitavos-de-final.

A missão, ainda assim, é espinhosa: o Ajax, de Bruno Varela, vai ao Bernabéu lutar por marcar, pelo menos, dois golos. O cenário é negro, mas o momento poderia ser pior: é que o Real vem de duas derrotas consecutivas (três nos últimos quatro jogos) e, mais do que isso, está há mais de um mês a sofrer golos. A última vez que manteve a própria baliza a zeros foi frente ao Alavés, no início de Fevereiro, e, nos 17 jogos feitos em 2019, apenas em três não sofreu golos.

Por outro lado, os holandeses chegam a Madrid depois de garantirem a final da Taça da Holanda, eliminando o rival Feyenoord, e em plena luta pelo título interno. A Federação Holandesa de Futebol aceitou adiar o último jogo do Ajax no campeonato, dando seis dias de descanso à equipa (o Real só teve três), sob a justificação de que uma eventual eliminação do Ajax, em Madrid, poderá fazer a Holanda cair para o 11.º lugar do ranking da UEFA. Um Ajax bem fisicamente será um Ajax mais forte e mais capaz de “lutar” pelo ranking holandês, argumentam.

Repetir a receita de Amesterdão, mas com golos

Na primeira mão, a Arena de Amesterdão viu um Ajax-Real de pressão alta, recuperações de bola em zonas ofensivas, muitas transições, oportunidades de golo e vários lances de bom futebol. Sobretudo na primeira parte, viu um Ajax a subjugar um Real pouco confortável e suportado num Courtois atarefado.

Para este segundo jogo, a receita deverá não deverá ser muito diferente. O Ajax, em desvantagem, terá de “fazer pela vida” e fazer valer o estatuto de uma das equipas que mais posse de bola tem nos jogos da Champions. O Real deverá, por outro lado, apelar ao facto de ser a segunda equipa que mais golos marcou em lances de contra-ataque nesta edição da Champions. Se o fizer, provavelmente, dará uma “marretada definitiva” nas já parcas probabilidades holandesas.

Erik Ten Hag, treinador do Ajax - que não tem nenhuma baixa de peso para este jogo -, quis "picar" o adversário e falou da ausência de Sergio Ramos. “O Sergio é o 'chefe' do Real em campo e na linha defensiva. A ausência dele é uma perda táctica, mas também mental. É evidente que não vão ser uma equipa melhor sem ele”, argumentou.

O Real receberá o Ajax sem o já referido Sergio Ramos, mas também sem Marcos Llorente, lesionado, e Odriozola, por opção. Santiago Solari não abordou a ausência forçada de Sergio Ramos, mas falou dos rumores em torno do possível regresso de José Mourinho ao Real: “Este clube sempre teve mais pretendentes do que a Julia Roberts", ironizou, na conferência de imprensa de antevisão da partida, acrescentando: "Acho normal os grandes treinadores quererem treinar o Real Madrid.”

Raphaël Guerreiro com um pé fora da Champions

Mais a Este, na Alemanha, o português Raphaël Guerreiro terá muito por que correr e deverá participar numa noite que pode ser histórica, com um Borussia Dortmund a tentar virar um 3-0 sofrido em Inglaterra, às mãos do Tottenham. Marco Reus, estrela do Borussia, assumiu a dificuldade da tarefa, mas disparou: “Acredito que estamos preparados para fazer o impossível.”

Na Alemanha, haverá um duelo entre duas equipas em mau momento: o Borussia tem apenas uma vitória nos últimos sete jogos e deixou o Bayern aproximar-se na luta pelo título germânico, enquanto o Tottenham somou um empate e duas derrotas desde o primeiro jogo frente aos alemães, deixando Arsenal e Manchester United aproximarem-se na disputa dos lugares de Champions. A chegada aos quartos-de-final da prova "milionária", façanha mais ao alcance dos ingleses, poderá ajudar a virar o momento de uma destas equipas e dar "gás" para o que resta da temporada.

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