Tesla: regulador da bolsa acusa Elon Musk de quebrar acordo judicial

Frase publicada no Twitter sobre produção da Tesla para 2019 terá sido publicada sem autorização prévia e teve de ser clarificada poucas horas depois.

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O patrão da Tesla já em 2018 foi processado pela Securities and Exchange Commission Reuters/JOE SKIPPER

O regulador da bolsa nos Estados Unidos acusa o CEO da Tesla, Elon Musk, de desrespeitar um acordo judicial ao ter divulgado no Twitter, sem autorização prévia, informações relevantes sobre a empresa, levando a uma perda de 5% nas acções da multinacional, avança a Reuters.

Em causa está um tweet de 20 de Fevereiro, no qual Musk afirma que a empresa de veículos eléctricos “produziu zero carros em 2011, mas produzirá cerca de 500 mil em 2019”, número que o empresário se viu forçado a clarificar poucas horas depois, explicando que a Tesla prevê entregar cerca de 400 mil carros este ano e que o universo dos 500 mil se refere ao valor da taxa de produção anualizada no final de 2019.

Para a Securities and Exchange Commission (SEC), Elon Musk não cumpriu um acordo alcançado em 2018 que proibia o gestor de revelar informações com impacto na presença da empresa em bolsa sem a aprovação prévia de um comité da Tesla.

Segundo a Reuters, a SEC sustenta que Musk não procurou nem recebeu pré-aprovação para publicar aquele tweet, que era inexacto e que chegou a mais de 24 milhões de pessoas, o número de seguidores da sua conta de Twitter.

Na acção entregue no Tribunal de Manhattan, a SEC diz que o patrão da Tesla violou um acordo judicial relativamente à aprovação das publicações.

Entretanto, a fabricante automóvel veio afirmar que essa informação já era pública desde o fim de Janeiro, e o próprio Musk ironizou sobre a posição da SEC, ao comentar no Twitter como era “embaraçoso” que o regulador se esquecera “de ler o relatório e contas da Tesla, que claramente aponta para 350 mil a 500 mil.”

Já antes a SEC apresentara uma queixa pondo em causa a actuação do gestor quando este publicou uma mensagem no Twitter em Agosto de 2018 dizendo que estava a equacionar a hipótese de retirar a empresa da bolsa, algo que o regulador classificou como “declarações públicas falsas e enganadoras”.

Ao fazê-las, sustentou, Musk “causou uma enorme confusão e disrupção no mercado, para as acções da Tesla, prejudicando investidores”. Na altura, a SEC afirmou que o gestor sabia que “nunca tinha discutido, com nenhuma fonte potencial de financiamento, uma operação de recompra de acções a 420 dólares para retirar a empresa da bolsa, sabia que não tinha estudado se seria possível para todos os investidores continuarem ligados à empresa quando esta saísse da bolsa através de um ‘fundo especial’”.

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