Festival da Canção: NBC, Surma, Madrepaz e Mariana Bragada passam à final

A segunda semifinal do concurso da RTP decorreu este sábado à noite. Já estão escolhidas as oito canções para a final de Portimão. Os vencedores juntar-se-ão a Matay, Conan Osiris, Calema e Ana Cláudia na final da próxima semana.

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Surma é uma das oito finalistas do Festival da Canção Nuno Ferreira Santos

NBC, com Igual a Ti, a mais votada pelo público, Surma, com Pugna, a mais votada pelo júri, os Madrepaz, com Mundo a Mudar e Mariana Bragada, com Mar Doce, foram as quatro últimas canções apuradas neste sábado à noite para a final da 53ª edição do Festival da Canção. As vozes deles juntar-se-ão às de Matay, Conan Osiris, Calema e Ana Cláudia, vencedores da semana passada, no próximo dia 2 de Março, em Portimão.

A segunda semifinal do concurso foi apresentada por José Carlos Malato e Jorge Gabriel. As canções foram apresentadas prontamente, com curtos vídeos de introdução dos concorrentes em Portimão (desta feita houve viagens de barco, saltos de pára-quedas, slide, experiências na cozinha, corridas em pistas de carros e surf), apenas com uma pausa da quarta para a quinta para Inês Lopes Gonçalves falar com os concorrentes no green room

O júri, presidido por Júlio Isidro, é este ano composto pelo radialista e apresentador Álvaro Costa, Isaura, a cantora e compositora que no ano passado venceu o festival com O Jardim, as cantoras (e compositoras) Maria João, Selma Uamusse – que confessou ter sido convidada para compor para as últimas edições do festival, tendo-se "acobardado" – e Rita Redshoes e o actor, encenador e apresentador Pedro Penim.

Primeiro ouviu-se Lara Laquiz, que veio de propósito de Paris, com O Lugar, uma composição de André Tentúgal, de We Trust, cheia de "ooh ooohs". A seguir veio Dan Alves, ou Dan Riverman, a sua voz anos mais velha do que ele, e Lava, escrita por Miguel Guedes, dos Blind Zero. Tudo arrancou, portanto, com dois compositores que não costumam escrever em português – Miguel Guedes disse, aliás, que era a sua primeira canção completa na própria língua. Mar Doce, da brigantina Mariana Bragada, que chegou ao festival através do concurso Masterclass, da Antena 1, foi a primeira vencedora a ouvir-se – e a primeira das três canções vencedoras que foram compostas pelos próprios intérpretes. 

Antes da ida ao green room, João Couto, vencedor da sexta edição do concurso Ídolos (que substituiu Marlon, que tinha sido anunciado anteriormente) lançou-se à pop de O Jantar, de Pedro Pode, o ex-doismileoito que se reinventou a solo como S. Pedro.

Na segunda metade das canções, Madrepaz, a rara banda a concurso, apresentaram, de caras pintadas, como é seu apanágio, Mundo a Mudar, que viria a apurar-se para a final, uma colaboração entre Frankie Chavez, na composição, e Pedro Puppe, dos OIOAI, na letra – que sublinhou, depois, a ascensão da extrema-direita como parte desse tal mundo em mudança. Seguiu-se outra vencedora, outra pessoa que não costuma escrever em português, Surma, numa Pugna com ar de sonho electrónico e efeitos na voz, escrita pela própria com letra de Tiago Félix, e a marcar a diferença em relação às outras.

Mila Dores cantou Debaixo do Luar, de Rui Maia, de Mirror People e X-Wife, em modo mais clássico do que disco – apesar de uma bola de espelhos em cima do palco – ou rock, com letra co-escrita pela própria intérprete. Por fim, de fato brilhante aos quadrados cor-de-rosa, o cantor soul (e rapper) de Torres Vedras, NBC, cantou a vencedora mais pontuada, com 12 pontos do júri e dez do público, Igual a Ti.

Depois das canções, um vídeo de homenagem aos 50 anos de Desfolhada, de Nuno Nazareth Fernandes e Ary dos Santos, interpretada por Simone de Oliveira na Eurovisão em Madrid. Se na primeira semifinal os Cais Sodré Funk Connection se juntaram a António Calvário e Eduardo Nascimento, desta feita foi a vez dos Kumpania Algazarra darem roupagens diferentes a A Festa da Vida, canção de José Calvário e José Niza que ganhou o Festival em 1972, e a Sobe Sobe, Balão Sobe, tema de Carlos Nóbrega e Sousa que venceu em 1979, com a voz dos intérpretes originais, respectivamente, Carlos Mendes e Manuela Bravo.

Contados os votos, NBC ficou com 22 pontos, Surma com 18, Madrepaz com 16 e, num empate resolvido pela prevalência do voto do júri, Mariana Bragada e Dan Riverman com 15.

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