Pais "fartos de promessas" sobre obra da ala pediátrica do São joão

Face às precárias condições em que as crianças estão internadas, a Associação Pediátrica Oncológica do Hospital pretende instaurar processos criminais por falta de empenho a quem não deixou que a obra continuasse.

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Paulo Pimenta

O porta-voz da Associação Pediátrica Oncológica do Hospital de São João (APOHSJ) disse esta sexta-feira estar "farto de promessas", após uma reunião com a ministra da Saúde em que, assinalou, se deu um "passo atrás".

"O que nós assistimos aqui hoje foi a uma promessa. Não passa de uma promessa para já, da ministra da Saúde a dizer que vai começar a obra no final deste ano e início do próximo, calendarizando as várias etapas, mas estamos fartos de promessas", vincou Jorge Pires.

O responsável falava à saída de uma reunião no Porto com a ministra da Saúde, Marta Temido, a Associação O Joãozinho que detém a titularidade da obra, e o Hospital de São João.

Dizendo ter ido para a reunião com a expectativa de que se chegasse a um entendimento entre todas as partes envolvidas relativamente à titularidade da obra, detida pela Associação O Joãozinho, o representante dos pais assumiu que os resultados práticos deste encontro foram poucos, lamentando a ausência do presidente do conselho de administração do hospital.

Visto que não foi alcançado nenhum acordo, Jorge Pires assumiu a desilusão por considerar que este impasse é mais um "passo atrás".

O porta-voz da reafirmou querer que "todos aqueles" que travaram a continuidade da construção da ala pediátrica do hospital de São João, no Porto, sejam responsabilizados por "falta de empenho".

Jorge Pires assumiu ser o momento de actuar contra o Governo, ministra da Saúde, ex-ministros da pasta, presidentes e ex-presidentes do conselho de administração do centro hospitalar pelo facto de não fazerem, nem deixarem fazer a obra.

"A verdade é que aos responsáveis nada lhes acontece, são promovidos e recolocados noutros cargos", denunciou.

Jorge Pires ressalvou que os governos já foram habituando o país ao lançamento de primeiras pedras e de obras, mas depois nada acontece.

O presidente da associação revelou acreditar na "boa vontade" da ministra, mas entende que não lhe dão poderes para ela fazer a obra e pretende instaurar processos criminais a quem não deixou que a obra continuasse, afirmou aos jornalistas Jorge Pires.

Recordando as precárias condições em que as crianças estão internadas, Jorge Pires contou que aquando da visita do Presidente da República no dia de Natal, puseram telhados novos nos contentores mas há uns tempos, devido a uma tempestade, um dos telhados voou e inundou a sala da quimioterapia, obrigando à sua evacuação.

"E o senhorio dos contentores continua sem ser chamado a cumprir as suas obrigações", considerou.

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