Varandas critica claques do Sporting e gestão de Bruno de Carvalho

Presidente do clube de Alvalade fez um balanço do período em que lidera o clube.

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Frederico Varandas LUSA/MÁRIO CRUZ

Frederico Varandas, presidente do Sporting, criticou nesta sexta-feira a postura das claques, considerando o ataque à Academia de Alcochete, em Maio, como “o maior rombo financeiro e desportivo da história do clube”. Em conferência de imprensa, na qual o líder "leonino" fez um balanço de seis meses da actual direcção, Varandas apontou ainda o dedo à gestão de Bruno de Carvalho, seu antecessor.

“É legítimo as claques criticarem a equipa? Claro que é. Mas também é legítimo eu criticar a exibição das claques. Não gostei da atitude das claques nos últimos dois jogos em casa. Querem mais jogadores portugueses e formados no clube? É para isso que trabalhamos. Mas a principal razão de não termos um grupo assim é o dia 14 de Maio de 2018 [ataque a Alcochete] (...) Enquanto aqui estiver, o Sporting nunca será refém de nenhuma claque nem de ninguém. Não haverá ninguém acima do sócio anónimo que paga as suas quotas e os seus bilhetes”, disse Varandas.

O líder do clube "leonino" apontou o dedo à gestão de “tudo ou nada” de Bruno de Carvalho, em 2017/18, dizendo que “o Sporting não é um jogo de póquer”. Acerca dos dados da auditoria às contas e à gestão do clube, Frederico Varandas continuou as acusações à anterior direcção. “Em 2018, a sociedade de advogados MGRA contratou o sogro de Bruno de Carvalho para associado. E foram gastos 1,7 milhões em três anos com esta sociedade. Gastámos mais do que com com todas as empresas de advocacia nos 16 anos anteriores. Segundo as facturas, o Sporting pagou 1,7 milhões por trabalhos como assuntos da presidência, vários contactos com Bruno de Carvalho, aconselhamento ao presidente...". Uma acusação que pouco depois, no Porto, onde participava num evento de apresentação do seu livro, Bruno de Carvalho viria contestar, dizendo que o valor era de "1 milhão, gasto em cinco anos".

Frederico Varandas falou também das dívidas da Juve Leo, que passaram de 115 mil euros para 756 mil euros, e falou dos negócios com o Batuque FC. “O Sporting tinha direito de preferência sobre sete jogadores deste clube cabo-verdiano. Jogadores pré-identificados. O valor de 230 mil euros foi liquidado e nunca restituído”.

Ainda de “mira” apontada à anterior direcção, Frederico Varandas lembrou que “estragar é muito rápido, mas voltar a fazer é que demora mais tempo” e escolheu como exemplos a seguir o FC Porto e o Benfica: “Sem estabilidade, ninguém vence, nem luta pelo que quer que seja. Vejam os anos de estabilidade que têm os nossos rivais e os anos que demoraram para vencer.”

Sobre o futebol profissional – e apesar de garantir que não muda o rumo após os maus resultados –, o presidente "leonino" explicou o despedimento de José Peseiro, fruto dos maus resultados: “Se fizemos o que fizemos é porque entendemos que ele não fazia parte do nosso rumo.”

Em relação à acusação de Bruno de Carvalho - que alegou que Frederico Varandas andou a preparar a sua candidatura desde 2016 - o actual líder foi directo: "Um mentiroso compulsivo será sempre um mentiroso compulsivo. O senhor Bruno de Carvalho já obrigou duas vezes os sócios a saírem de casa e a dizer que o lugar dele é em casa e longe do Sporting. A acusação é ridícula."

De acordo com Salgado Zenha, um dos elementos da direcção "leonina" presentes na conferência de imprensa, as recentes mexidas no plantel foram para corrigir o que tinha sido mal feito na sua construção: “Fizemos uma redução significativa da massa salarial, em cerca de 10 milhões de euros. De tal ordem que não só cobre os salários dos que entraram como as transferências desses jogadores. E a qualidade do plantel aumentou.”

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