Tsipras, Macron e uma rosa vermelha na mão de Centeno, o trunfo deste PS

Mário Centeno foi a estrela socialista numa convenção em que se falou de Europa e que uniu na mensagem Alexis Tsipras e Emanuel Macron.

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Mário Centeno na convenção do PS LUSA/FERNANDO VELUDO

O ministro da Finanças foi de comboio até Vila Nova de Gaia. Na mão, desde Lisboa, levava uma rosa vermelha para mostrar aos socialistas e dizer-lhes que é a rosa, símbolo do PS, que significa a "importância do que aí vem, não preciso de mais nada". Mário Centeno foi a Gaia falar do futuro do euro e acabou por ser um dos mais aplaudidos na convenção do PS, que prepara as eleições europeias.

Os socialistas fizeram neste sábado a saída para a campanha para as europeias e vão a reboque do discurso e das conquistas de Centeno. "Não queremos passar do complexo de bom aluno para a arrogância de querermos ser bons professores. Nós somos um bom exemplo para a Europa, apesar de sermos um país pequeno nunca nos apoucámos perante o mundo", disse Costa.

Centeno, já antes tinha delineado o que seriam vários discursos ao longo da tarde. "O Governo do PS é obreiro deste percurso inigualável na Europa. A presidência do Eurogrupo é o reconhecimento deste trabalho. Podemos dizer com orgulho que hoje lideramos a reforma da zona euro", disse o ministro das Finanças aos militantes socialistas.

Os mesmos de há cinco anos

Não foi o único a falar do "trabalho" que tem vindo a ser desenvolvido pelo Governo. Os socialistas usam-no como trunfo. "Nós provámos, a experiência do nosso Governo provou que sim, que era possível atingir todos os resultados que precisávamos", disse o ministro dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva, que, voltou ao seu habitual estilo para criticar as escolhas da direita e da esquerda: "Não é que foram escolher cabeças de lista exactamente os mesmos de há cinco anos? Como é possível ser portador do futuro com as caras do passado?", perguntou.

De um lado, à esquerda, com as caras "que duvidavam e duvidam da construção europeia e que umas vezes explicitamente outras mais implicitamente sugeriram que o caminho era sair da UE" e do outro lado, à direita, "as mesmíssimas caras que fizeram o seu hino 'ir além da troika, ir além da troika, por mais austeridade'", disse.

Uma mensagem forte

Neste balanceamento para as eleições europeias, os socialistas voltaram a convidar para vir a Portugal o candidato à Comissão Europeia, o holandês Frans Timmermans que disse que "Portugal é uma mensagem forte" para passar à Europa porque "pode mostrar" como estava no fundo e em "poucos anos trouxe o optimismo de volta". "Vocês são uma inspiração para mim, pessoalmente, vocês são uma inspiração para a Europa", disse.

Timmermans não foi o único estrangeiro a fazer parte deste encontro de socialistas, outros houve, incluindo dois que não são da mesma família política europeia: o primeiro-ministro grego, Alexis Tsipras, que lembrou a necessidade de união porque há quem queira trazer o chauvinismo e o racismo de volta; e Emmanuel Macron, o presidente francês, que lembrou o "trabalho" que tem feito nos últimos "dois anos com António Costa" e que é preciso "responsabilidade".

Costa fez uso desta mixórdia de sensibilidades políticas, para dizer que a sua Europa é a de "Tsipras e de Macron" é a de "socialistas e sociais-democratas" é daquela Europa que precisa de uma "frente comum, progressista. Temos de construir na Europa porque também construímos aqui em Portugal".

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