Trotinetas eléctricas da Lime já circulam em Coimbra

Estão disponíveis a partir desta sexta-feira entre 200 a 400 trotinetas eléctricas partilhadas. Os veículos recarregáveis estão distribuídos por 70 pontos de estacionamento.

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Nuno Ferreira Monteiro

A partir de dia 1 de Março, passa a ser possível andar de trotineta eléctrica em Coimbra, com a introdução de uma rede de veículos partilhados operada por empresa privada. Está prevista a criação de “zonas vermelhas”, áreas mais sensíveis onde a via é partilhada com peões, onde a circulação é condicionada e o estacionamento proibido.

A Câmara Municipal de Coimbra e a Lime, empresa de mobilidade que também já opera em Lisboa, assinaram, nesta quarta-feira, um acordo de colaboração para a instalação e operação do sistema de trotinetas que implica a criação de 70 áreas de estacionamento espalhadas pela cidade. De acordo com o director de expansão da Lime, Nuno Inácio, a empresa colocará nas ruas de Coimbra entre 200 a 400 trotinetas eléctricas.

A frota vai poder circular no miolo da cidade, mas há zonas, como a rua Ferreira Borges, a rua Visconde da Luz, a Praça 8 de Maio, a Couraça de Lisboa, ou a zona histórica da Alta da cidade, onde a circulação será condicionada. Se os veículos eléctricos conseguem atingir 25 quilómetros por hora, nestas “zonas vermelhas”, a tecnologia permite condicionar automaticamente a velocidade máxima para 15 quilómetros por hora. Nas “zonas vermelhas” não será permitido o estacionamento, afirma Nuno Inácio.

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No final da sessão de assinatura do acordo, em declarações aos jornalistas, o presidente da CMC, Manuel Machado, destaca a vantagem “de dar um contributo para reduzir os efeitos do carbono” na cidade. A escolha dos 70 pontos de estacionamento, onde a empresa “aconselha” os utilizadores a deixar as trotinetas, foi desenvolvida em parceria com a autarquia, referiu o responsável pela empresa. Estes pontos poderão, no futuro, ser utilizados por outros operadores.

“Estamos cientes dos riscos que há e vai ser necessária uma aprendizagem grande para que os conflitos sejam, o mais que possível, debelados”, afirma Machado, entendendo ser necessária vigilância para “evitar comportamentos inadequados ou excessivos”. A fiscalização da circulação na via pública fica a cargo da Polícia de Segurança Pública e da Polícia Municipal. No entanto, Machado defende que os primeiros fiscais devem ser os cidadãos: “que os utilizadores das trotinetas sejam os primeiros fiscais de si próprios”. A aplicação tem uma funcionalidade que permite reportar mau estacionamento, acrescenta Nuno Inácio.

Cada viagem tem um custo inicial de um euro, acrescendo 15 cêntimos por cada minuto de utilização, sendo que os veículos poderão circular na estrada ou nas vias cicláveis. O utilizador tem de ter, no mínimo, 18 anos para andar na trotineta e é recomendado o uso de capacete. Nuno Inácio rejeita que se trate de uma rede destinada a turistas, referindo que, num questionário aos utilizadores lisboetas, 57% responderam que recorre à trotineta para ir ou voltar do trabalho.

O acordo de colaboração entre a autarquia e a empresa tem a duração de um ano, ao fim do qual poderá ser renovado automaticamente. Pode também ser revisto a qualquer momento, caso alguma das partes assim o entenda.

As trotinetas são recolhidas a partir das 21h e voltam às ruas a partir das 5h. A empresa tem uma rede de “juicers”, explica Nuno Inácio, “pessoas locais” registadas na aplicação a quem a Lime paga para recolher, recarregar e distribuir as trotinetas. O valor mínimo pago pela plataforma é de três euros, mas varia consoante a quantidade de bateria e a localização da trotineta. A Lime tem também uma equipa interna para fazer parte desse trabalho e verificar o estado dos veículos.

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