Fábrica da PSA em Mangualde ganha novo modelo da Opel

Novo Opel Combo passa a ser produzido em Mangualde a partir do segundo semestre de 2019, nas versões comercial e de passageiros. Unidade portuguesa partilha com a fábrica da PSA em Vigo o “exclusivo mundial”

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Carlos Tavares, o gestor português que lidera o grupo PSA Reuters/ARND WIEGMANN
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NELSON GARRIDO / PUBLICO
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O centro do grupo francês PSA em Mangualde vai “incluir, a partir do segundo semestre de 2019, a produção do novo Opel Combo, em duas variantes - comercial e de passageiros”, anunciou esta sexta-feira o construtor automóvel em comunicado.

A companhia que em 2017 juntou a Opel às marcas Peugeot e Citroën, liderada pelo português Carlos Tavares, adianta ainda que a produção do Combo “será partilhada com a fábrica de Vigo (Espanha), que já produz a marca Opel desde Julho de 2018”.

A “nova geração de veículos comerciais ligeiros” do grupo PSA está a ser produzida “em exclusivo mundial nas duas fábricas ibéricas – Mangualde e Vigo”, sublinha a comunicação emitida esta sexta-feira. Os principais mercados de destino dos modelos Opel Combo produzidos na fábrica de Mangualde “serão Portugal, Espanha, França e Itália”.

Esta é, também, “a primeira vez” que a unidade da PSA em Mangualde produzirá “veículos da marca Opel”, garante o construtor automóvel. E é, paralelamente, o regresso da produção da marca Opel a Portugal 12 anos depois do fecho da fábrica da companhia - então nas mãos dos norte-americanos da General Motors - na Azambuja, onde deixou 1.100 pessoas sem trabalho em Dezembro de 2006. Na altura, noticiou a Lusa dez anos depois, a unidade da Opel era a segunda maior fábrica automóvel do país. Tinha laborado durante 42 anos.

A unidade de Mangualde passa, agora, a integrar assim “toda a nova geração de pequenos furgões” do grupo construtor automóvel francês em Portugal. “Com 57 anos de história e mais de 1,4 milhões de veículos produzidos”, o centro de produção de Mangualde “está a fabricar 321 veículos por dia, com a laboração em três turnos”: modelos Peugeot Partner/Rifter e Citroën Berlingo/ Berlingo Furgão. Em 2018 aumentou a sua produção 17,8% face ao ano anterior, segundo o comunicado da empresa.

Em resposta por escrito, a PSA detalha ainda que “em 2018 foram produzidos 63.073 veículos” e adianta que a “previsão para 2019 é entre 70.000 e 80.000”. “Este volume”, salienta contudo fonte oficial da PSA Portugal, “dependerá da resposta do mercado” até porque “no início”, o centro de Mangualde produzirá “15% do ‘mix’ de produção”.

A fábrica portuguesa da PSA no distrito de Viseu “realizou um profundo processo de modernização e uma das mais importantes transformações industriais da sua história”, para “receber a produção destes veículos com os melhores níveis de eficiência”, sublinha o grupo.

A PSA explica, em esclarecimento adicional, que “para receber a produção deste novo modelo, o Centro de Mangualde terá de realizar diversas modificações técnicas” mas que, “tendo em conta que o processo produtivo é semelhante aos pequenos furgões Citroën e Peugeot, não será necessário um novo investimento industrial” por agora. Quanto aos turnos, a unidade terá de “reorganizar o calendário de produção”, respondeu, sem contudo pormenorizar.

A PSA empregava 700 trabalhadores em Mangualde há um ano, segundo a contagem da gestão da empresa em Fevereiro de 2018, número que foi utilizado como argumento pelo grupo na contestação à alteração das portagens. As mudanças acabaram por não penalizar os modelos da marca. Mas, em resposta por escrito ao PÚBLICO, fonte oficial da empresa em Portugal garantiu esta sexta-feira que a PSA encerrou em 2018 com “1000 postos de trabalho”, o que significa a adição de mais 300 empregos no último ano. “Por agora”, explica fonte oficial do construtor automóvel, “não está previsto contratar mais pessoas, apesar de estarmos em constante processo de recrutamento”, adianta.

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