Depois do alojamento, a Airbnb quer "reinventar as viagens"

Plataforma tecnológica quer construir "uma plataforma de viagens completa" que combine alojamento, o que fazer e como chegar ao destino, "tudo num só lugar”. Para já, ainda não se sabe como é que irá implementar essa estratégia.

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Andar de avião "tornou-se uma experiência para tolerar e não para desfrutar", diz o fundador da Airbnb, Brian Chesky Daniel Rocha

Primeiro foram os alojamentos, depois o que designa de “experiências” nos locais de destino e, agora, a Airbnb passa a apostar também nos transportes, com destaque para a aviação.

“Estamos focados em reinventar as viagens construindo uma plataforma de viagens completa que combine onde fica alojado, o que faz e como chega ao destino, tudo num só lugar”, afirma a tecnológica norte-americana em comunicado. Nesse âmbito, a empresa contratou como director global de transportes Fred Reid, gestor ligado ao sector da aviação e que ocupou lugares de liderança na Lufthansa, Virgin America, Delta Airlines e na Flexjet (ligada à Bombardier).

“Houve um tempo em que embarcar num avião era por si só uma viagem mágica, mas com o passar dos anos o como chegar ao destino tornou-se uma experiência para tolerar e não para desfrutar. Acreditamos que isso tem de mudar”, diz Brian Chesky, presidente executivo e um dos fundadores da Airbnb.

Para já, quase nada é dito sobre a nova estratégia da plataforma conhecida por ter mudado a forma como milhões de turistas escolhem o seu alojamento - com várias contestações pelo meio -, e se isso implica a intermediação da venda de bilhetes ou vai muito mais longe.

O comunicado enviado ao PÚBLICO diz apenas que o novo gestor, Fred Reid, “vai concentrar-se na construção de parcerias e serviços que tornem as viagens perfeitas e que proporcionem igualmente o tipo de hospitalidade de pessoas para pessoas, pela qual a plataforma Airbnb é conhecida em todo o mundo”.

Por seu lado, Reid recorda que a Airbnb revolucionou o local onde se fica “e o que pode fazer quando viaja", afirmando-se “entusiasmado” para “resolver a terceira parte da experiência de viajar: como se chega ao destino”.

“Seja no ar ou no solo, existem imensas oportunidades para criar produtos e criar parcerias com outras empresas que tornem as viagens mais fáceis e divertidas. Concretizar essas oportunidades vai demorar anos e vai exigir uma constante experimentação”, adiantou o gestor.

De acordo com a nota da Airbnb, Fred Reid estava até agora na presidência do programa Cora Aircraft (da Kitty Hawk), onde supervisionou “o desenvolvimento de uma das mais avançadas aeronaves eléctricas autónomas de descolagem e aterragem verticais do mundo”.

“Não estou interessado em construir a nossa própria companhia aérea ou criar apenas outro local na Internet onde se pode comprar um bilhete de avião”, sublinhou Brian Chesky. 

A plataforma prevê que haja “mais de 500 milhões de hóspedes a chegar a alojamentos na plataforma Airbnb até ao final do primeiro trimestre” deste ano, o que dá uma ideia do poder de escala para negociar com as empresas de transporte.

Criada em 2008, a Airbnb tem no seu portfólio um mercado de alojamento que “dá acesso a mais de cinco milhões de espaços únicos para estadias em mais de 81.000 cidades e 191 países”. Sem imóveis próprios, o modelo de negócio da plataforma assenta numa comissão pela intermediação das reservas.

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