Gucci acusada de racismo pede desculpa e retira camisola

A fotografia de uma modelo branca com uma camisola preta de gola alta a tapar parte da cara, com uma abertura para a boca, colocou a Gucci no meio de uma polémica.

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A fotografia de uma modelo branca com uma camisola preta de gola alta a tapar parte da cara, com uma abertura para a boca colocou a Gucci no meio de uma polémica. A imagem foi partilhada nas redes sociais, onde a marca de moda foi acusada de racismo, pela semelhança à blackface. Entretanto, a marca já emitiu um pediu desculpa e retirou a peça de roupa do mercado.

“Consideramos a diversidade um valor fundamental a defender, a respeitar e a pôr à frente de qualquer decisão que façamos. Estamos completamente comprometidos com o aumento da diversidade na nossa organização e em transformar este incidente num momento poderoso de aprendizagem para a equipa”, escreveu a marca numa mensagem partilhada nas redes sociais.

A Gucci confirmou ainda que a camisola de 890 dólares (aproximadamente 784 euros) tinha entretanto sido retirada da loja online e de todas as lojas de rua. Fazia parte de uma linha de ski, com uma série de máscaras e camisolas.

Nas redes sociais, vários utilizadores mostraram-se descontentes, apontando a semelhança da imagem com a blackface — uma prática comum durante décadas nos Estados Unidos, em que pessoas brancas pintavam a cara de preto ou castanho para representar pessoas negras, que não podiam participar em espectáculos. “Querem que acredite que ninguém viu a terrível semelhança a blackface com esta camisola?”, perguntou uma utilizadora.

O incidente coincide com o mês (Fevereiro) em que se celebra a história dos negros, nos Estados Unidos. Ainda esta semana, o governador do estado norte-americano da Virgínia, Ralph Northam, admitiu (e depois negou) estar numa fotografia publicada no Livro de Ano, quando frequentou a faculdade, em 1984. Naquela, estão pessoas mascaradas, uma como membro do grupo supremacista branco Ku Klux Klan e outra em blackface.

A Gucci não foi a única marca acusada de racismo recentemente. A Adidas lançou uma colecção dedicada ao mês da história dos negros, que incluía um par de ténis brancos. Mais tarde, veio pedir desculpa através de um comunicado, afirmando que os sapatos tinham sido acrescentados “durante as últimas fases do processo de design” e que “não reflectiam o espírito ou filosofia de como a Adidas acredita que devemos reconhecer e honrar o mês da história negra”.

No final do ano passado também a Prada esteve no centro de uma polémica com contornos semelhantes, depois de ter colocado uma série de bonecos que pareciam macacos e foram apontados como caricaturas racistas de pessoas negras. Meses antes, a H&M foi criticada por publicar uma fotografia que mostrava uma criança negra com um hoodie verde onde se podia ler “Coolest monkey in the jungle”. E em 2017, a Zara viu-se obrigada a retirar das lojas uma saia com duas rãs desenhadas, que aparentavam ser uma referência a um símbolo da extrema-direita norte-americana, o cartoon Pepe, the Frog.

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