Lucro do BPI sobe para mais de 490 milhões

Resultado do banco beneficiou do melhor contributo de Angola e venda de activos em Portugal, onde o lucro atingiu 218 milhões de euros.

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Pablo Forero é o presidente executivo do BPI Miguel manso

O resultado líquido do BPI atingiu 490,6 milhões de euros em 2018, valor que compara com os 10,2 milhões de euros registados em 2017.

A evolução positiva dos resultados em 2018 está relacionada com um melhor contributo do mercado angolano e com a venda de activos, explicou o banco liderado por Pablo Forero, em comunicado.

Enquanto em 2018 a “participação financeira do BPI em Angola, o BFA, gerou um contributo positivo de 73,2 milhões de euros”, em 2017 o contributo tinha sido negativo em 119,5 milhões, devido à “reclassificação contabilística do BFA e da desvalorização do kwanza”, a moeda angolana.

Ainda assim, o BPI nota que o resultado consolidado do banco continuou a ser afectado no ano passado pelo BFA. Em 2018, “o contributo do BFA incorpora um impacto negativo de 139 milhões decorrente da alteração da classificação contabilística da participação financeira do BPI no BFA”.

A participação no banco angolano, que hoje é controlado pela empresária Isabel dos Santos, deixou de ser considerada “empresa associada” e consolidada por equivalência patrimonial, passando a ser classificada como um investimento financeiro, em “acções ao justo valor por outro rendimento integral”, explica a instituição.

“Esta opção contabilística é mais prudente e reflecte de forma adequada a sua posição actual no BFA (sem influência significativa)”, acrescenta o banco, precisando que com esta alteração o seu resultado líquido passará a “reflectir apenas os dividendos do BFA atribuídos ao BPI e não os lucros apropriados, como sucedia até aqui.”

Em Moçambique, a participação no BCI contribuiu com 20,5 milhões de euros para o resultado consolidado do BPI, um valor que compara com 8,1 milhões de euros em 2017.

Crescimento em Portugal

O banco que é detido integralmente pelo espanhol Caixa Bank salienta que a actividade bancária em Portugal gerou um lucro de 218 milhões de euros, excluindo resultados não recorrentes, o que corresponde a uma melhoria de 48,4 milhões de euros (mais 28,5%) face ao ano anterior.

No entanto, a actividade em Portugal contribuiu com 396,3 milhões de euros (81% do total) para o resultado consolidado quando se inclui o valor dos resultados extraordinários com as vendas da participação na Viacer (de 59,6 milhões de euros no primeiro trimestre), da BPI Gestão de Activos e BPI GIF (61,8 milhões no segundo trimestre) e dos negócios de acquiring/TPA e cartões (que resultou em 71,7 milhões de euros no terceiro e quarto trimestres, respectivamente).

O produto bancário aumentou 9% face a 2017 para 721,6 milhões, graças a uma melhoria de 8,8% da margem financeira, para 422,6 milhões de euros, e à subida de 5,6% das receitas de comissões líquidas. Com este aumento de 14,8 milhões de euros, o BPI lucrou um total de 277,8 milhões com comissões.

O banco explica esta evolução com “uma maior actividade comercial do BPI em todos os segmentos de negócio” e refere que as comissões bancárias aumentaram 6,5% e as dos fundos de investimento e seguros subiram 6,6% e 2,7%, respectivamente.

O banco revela ainda que os depósitos de clientes aumentaram 1792 milhões de euros, para um total de 21.160 milhões (mais 9,3%).

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