Árbitros manifestam "grande preocupação" com redução de policiamento

O organismo mostrou-se disposto a procurar soluções junto da PSP para manter o policiamento em jogos de futebol não profissional.

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Nuno Ferreira Monteiro

A Associação Portuguesa de Árbitros Futebol (APAF) manifestou esta terça-feira "grande preocupação" com a redução de policiamento nos jogos das competições não profissionais, mencionando "mais de 100 agressões a árbitros" que contabilizou nos últimos dois anos.

Em comunicado, o organismo reforça a preocupação perante a "surpreendente notícia", que, acredita, "em nada irá contribuir para melhorar o actual clima que se vive no futebol português, muito pelo contrário".

A edição desta terça-feira do Jornal de Notícias conta que o Comando Metropolitano da PSP vai deixar de comparecer em vários jogos de futebol de divisões inferiores, cujo risco seja considerado "reduzido" ou "normal", nomeadamente nas regiões da Grande Lisboa e Porto. Esta redução de policiamento deverá começar no primeiro fim-de-semana de Março.

O Ministério da Administração Interna (MAI) é quem financia parte do valor do policiamento das partidas dos escalões de futebol júnior (50%) e sénior (20%). Em jogos de futebolistas mais jovens, a presença policial é facultativa.

"É com grande preocupação que tomamos conhecimento de que a direcção nacional da Polícia de Segurança Pública (PSP) irá reduzir drasticamente o policiamento na maior parte dos jogos das competições não profissionais", reforça o documento.

Segundo a mesma nota, a violência "em recinto desportivo prolifera pelo país", sendo que o organismo contabilizou já "mais de 100 agressões a árbitros" nos últimos dois anos, não contando com outras situações.

"Também não deixa de surpreender a altura escolhida para iniciar a aplicação de uma norma de 2012 [a lei 216/2012]. A APAF defende que se aguarde pelo final da época em curso, ou pela aprovação da nova legislação que pretende combater os fenómenos de violência associados aos espectáculos e actividades desportivas, que se encontra em discussão na Assembleia da República", acrescentam os dirigentes.

Na opinião dos membros da APAF, a medida poderá contribuir para colocar em causa a prática desportiva, pelo que apresentam "total disponibilidade para colaborar" com a procura de soluções. O sindicato dos profissionais de polícia (ASPP) também ficou apreensivo com a medida anunciada pela PSP, lamentando que os próprios agentes podem ser mais repressivos quando forem chamados em caso de "problemas" nestes jogos de futebol.

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