Quatro detidos por suspeita de burla com malas "diplomáticas"

Dois dos supeitos ficaram em prisão preventiva. Três situações distintas terão rendido cerca de 300 mil euros aos burlões.

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A Polícia Judiciária anunciou em comunicado o desmantelamento deste grupo Fábio Augusto

Eram quatro homens e enganavam as suas vítimas fazendo-se passar por investidores ou diplomatas. Propunham-lhes negócios e diziam ter milhares de euros ou dólares em malas diplomáticas que precisavam de ser levantadas no Aeroporto Humberto Delgado, em Lisboa, mediante o pagamento de taxas a quem as tinha transportado. Para tornar a burla mais real, junto ao aeroporto, mostravam aos que eram apanhados no esquema malas aparentemente cheias de dinheiro legítimo. Foram detidos, esta semana, pela directoria de Lisboa e Vale do Tejo da Polícia Judiciária.

São homens com idades compreendidas entre os 41 e os 64 anos e já foram presentes ao primeiro interrogatório judicial, ficando dois deles em prisão preventiva e os outros dois obrigados a apresentações às autoridades duas vezes por semana. São suspeitos do crime de burla qualificada e estão proibidos de contactar uns com os outros.

O esquema já durava, pelo menos, desde 2017, e a investigação da PJ centrou-se em três casos distintos, ocorridos nesse ano e em 2018, que terão rendido aos burlões cerca de 300 mil euros.

As vítimas eram abordadas pelos indivíduos, que lhes propunham negócios ou financiamentos, alegando que o valor que iriam investir se encontrava em malas diplomáticas que teriam de ser levantadas no aeroporto de Lisboa, informa a PJ em comunicado. O levantamento dessas malas implicaria, contudo, “o pagamento de taxas aos diplomatas que as tinham transportado”, explicavam os homens deste grupo organizado.

O passo seguinte desta encenação era levar as vítimas a um local próximo do aeroporto, onde estas se encontravam com os supostos diplomatas, que mostravam “o interior das malas, composto por volumosos maços de euros ou de dólares”. Tentadas pelo que parecia ser dinheiro legítimo, as pessoas apanhadas nesta burla acediam, então, a pagar as taxas exigidas, acreditando que, assim, o negócio pré-acordado com os burlões se concretizaria e que seriam posteriormente reembolsados pelo valor adiantado.

O esquema, conhecido como “mala dos milhões”, foi agora desmontado e, além das detenções dos quatro suspeitos, cinco buscas realizadas pela PJ levaram à apreensão de documentos e dinheiro falsos (euros e dólares), cheques de viagem, papel negro para simular notas e líquido utilizado para supostamente transformar o papel negro em notas.

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