Depois de anos fechada, a Estação Sul e Sueste entrou em obras

Autarquia diz que, até ao final do ano, os barcos poderão regressar a este histórico edifício. Serão mantidas as linhas originais projectadas em 1929 pelo arquitecto Cottinelli Telmo.

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A estação em 2012, quando foi celebrado o protocolo que passou o edifício, até ali da CP, para as mãos da câmara Jose Fernandes

Há largos anos que as obras eram anunciadas, mas nunca chegaram a ser concretizadas. Até à semana passada, quando se avistaram as primeiras máquinas junto ao histórico edifício da Estação Sul e Sueste, junto à Praça do Comércio.

Segundo a câmara de Lisboa, até ao final deste ano os barcos poderão regressar ao edifício desenhado por Cottinelli Telmo em 1929. A traça modernista será mantida de acordo com um projecto de Ana Costa, neta do arquitecto. A estação vai passar a ser um “terminal de actividade marítimo-turística”.

O protocolo para a reabilitação da Estação Sul e Sueste foi assinado em Setembro de 2016 e a previsão era de que a obra estivesse concluída no final de 2017, mas a gare fluvial permaneceu fechada.

Em Fevereiro do ano passado, aquando da assinatura do protocolo da intervenção de requalificação da zona do Campo das Cebolas/ Doca da Marinha — que inclui a área da estação, integrando-a na requalificação na frente ribeirinha — o presidente da autarquia, Fernando Medina, disse que a obra ia começar “em breve”, e que só ainda não tinha arrancado porque havia um “debate técnico” por causa “das infra-estruturas do metro" que, com o projecto, estavam a ser avaliadas pelo Laboratório Nacional de Engenharia Civil (LNEC). 

Este projecto é há muito ambicionado pela câmara de Lisboa, que quer converter a estação, classificada como monumento de interesse público desde 2012, num terminal onde os turistas possam apanhar barcos para dar umas voltinhas pelo Tejo. 

“É a peça que faltava no amplo projecto de requalificação da frente ribeirinha entre o Cais do Sodré e Santa Apolónia”, disse Fernando Medina em 2016, no momento em que assinou o protocolo de cedência do imóvel do Estado à autarquia. É “o início do fim do processo de renovação integral de vários quilómetros de frente ribeirinha”, afirmou.

O imóvel vai ser gerido pela Associação de Turismo de Lisboa, cujo presidente revelou nessa ocasião que estaria em causa um investimento de cerca de sete milhões de euros, um valor que englobaria a intervenção na estação, mas também a requalificação do espaço público envolvente.

Às obras na Sul e Sueste seguir-se-ão, ainda não se sabe exactamente quando, os trabalhos na Doca da Marinha, com os quais a câmara quer “devolver o rio à cidade” e criar, na Av. Infante D. Henrique, um grande passeio arborizado e ciclável. “O nosso sonho depois é que possamos ter a Doca da Marinha como posto de acostagem regular, quer do Sagres, quer do Creoula, permitindo a visita das pessoas a estes dois navios emblemáticos que estão na Marinha Portuguesa”, disse Medina no ano passado.

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