Pedro Marques ganha força no PS como “número um” às europeias

Oficialmente, o cabeça de lista do PS ao Parlamento Europeu é anunciado a 16 de Fevereiro, mas na linha da frente da decisão de António Costa surge o ministro Pedro Marques.

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Pedro Marques está na linha da frente para liderar a lista do PS às europeias Nuno Ferreira Santos

O nome de Pedro Marques, ministro do Planeamento e das Infra-estruturas, “vai ganhando força” dentro do PS como cabeça de lista às eleições europeias. A decisão ainda não está tomada, mas o PÚBLICO sabe que, no núcleo duro de António Costa, Pedro Marques é visto como uma forte possibilidade para “número um” dos socialistas na disputa eleitoral marcada para 26 de Maio.

O nome será anunciado formalmente por António Costa na convenção europeia do PS, no Porto, a 16 de Fevereiro. A escolha final caberá ao secretário-geral e primeiro-ministro, mas a solução Pedro Marques tem feito o seu caminho interno e responde aos critérios estabelecidos para a escolha dos candidatos. Os outros nomes já referidos para liderar a lista são figuras como Augusto Santos Silva, Maria Manuel Leitão Marques e Ana Catarina Mendes – esta última já excluiu, de viva voz, esta possibilidade.

Um dos critérios que poderão determinar a escolha de Pedro Marques tem que ver com o facto de o ministro corresponder à linha de rejuvenescimento de quadros que António Costa assumiu no congresso de Maio na Batalha. Pedro Marques tem 43 anos, pelo que assegura a promessa do secretário-geral socialista de renovar geracionalmente os quadros políticos do PS com visibilidade pública e com cargos de responsabilidade.

A aposta numa nova geração tem vindo a ser preparada pelo líder do PS e esteve presente na escolha feita por Costa de Ana Catarina Mendes para secretária-geral adjunta, de Fernando Medina para lhe suceder como presidente da Câmara de Lisboa e de Pedro Nuno Santos para secretário de Estado dos Assuntos Parlamentares, lugar nevrálgico na gestão das relações políticas com os parceiros de aliança parlamentar, o BE, o PCP e o PEV.

Membro do secretariado nacional do partido, Pedro Marques preenche igualmente outros critérios de peso na decisão final que António Costa tomará. Entre eles a experiência política e governativa, nomeadamente em questões europeias, mas também a proximidade política do líder.

Como ministro do Planeamento e das Infra-estruturas é Pedro Marques quem tem assegurado a gestão dos fundos comunitários e foi ele quem fez a preparação e coadjuvou o primeiro-ministro na negociação do novo programa financeiro e orçamental da União Europeia, ou seja, as verbas que caberão a Portugal, no âmbito do quadro de apoio de fundos comunitários para a década 20-30.

Além disso, Pedro Marques tem experiência anterior neste domínio. Como secretário de Estado da Segurança Social, entre 2005 e 2011, esteve ligado à gestão dos fundos comunitários neste sector da governação. E ao longo dos anos tem trabalhado com António Costa, bem como com António Vitorino, na defesa da ideia de que a União Europeia deve não só manter, mas mesmo reforçar a capacidade orçamental da zona euro para haver convergência entre Estados-membros. Esta tese vingou e foi aprovada no último Conselho Europeu.

Garantido está já, como o PÚBLICO noticiou, que Carlos Zorrinho, Pedro Silva Pereira e Maria João Rodrigues continuarão no Parlamento Europeu, pois têm lugar elegível assegurado na lista do PS, tanto mais que a direcção do partido, nomeadamente a secretária-geral adjunta, Ana Catarina Mendes, em entrevista ao PÚBLICO, já assumiu que o objectivo é aumentar a representação que conta actualmente com oito eurodeputados.

A incógnita que permanece é a de saber se Francisco Assis irá ou não continuar a ser candidato. Ao PÚBLICO Assis declarou que ainda não tinha falado com “o secretário-geral nem com ninguém da direcção do PS” sobre o assunto. E esvaziou a ideia de existência de “qualquer tensão” entre si e António Costa.

A despedir-se do Parlamento Europeu estão Ana Gomes e Manuel dos Santos. A eurodeputada por decisão própria, anunciada há meses. O eurodeputado, porque é alvo de um processo disciplinar, determinado pelo próprio António Costa, por ter escrito no Twitter que a ex-deputada do PS e actual presidente da Câmara de Matosinhos, Luísa Salgueiro, era “cigana”.

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