TAP é uma das companhias menos pontuais do mundo

Dados são de uma consultora internacional citada pela Bloomberg. "Irregularidades operacionais" estão na origem de parte dos 90 milhões de euros de prejuízo da TAP em 2018.

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42,4% dos voos da TAP chegaram com um atraso superior a 15 minutos em 2018 Nuno Ferreira Santos

Mais de 42% dos voos operados pela TAP chegaram ao destino com mais de 15 minutos de atraso, segundo dados relativos a 2018 recolhidos pela consultora OAG e divulgados pela televisão norte-americana Bloomberg. A companhia aérea portuguesa é a que mais atrasos soma entre as transportadoras internacionais analisadas.

Durante o primeiro semestre de 2018, os atrasos e as "irregularidades operacionais" estiveram na origem de boa parte dos 90 milhões de euros de prejuízos da TAP.

À Bloomberg, a companhia aérea portuguesa afirmou que enfrenta actualmente “enormes constrangimentos infra-estruturais” em Lisboa e refere que se encontra em negociações com o Governo e a ANA para resolver o problema.

A TAP lembra ainda que tem levado a cabo um conjunto de medidas como a compra de aeronaves e a contratação de tripulantes. Além disso, cita a Bloomberg, de forma a diminuir o cancelamento de voos e aumentar a sua pontualidade, a transportadora anunciou a constituição de uma frota de três aviões de reserva, o melhoramento dos procedimentos de embarque, uma revisão das escalas e a assinatura de acordos sindicais. Medidas que vão encontro da ambição, revelada por Antonoaldo Neves em Outubro do ano passado, de atingir os 80% de pontualidade e “99% de regularidade”.

Baixo custo mas mais atrasos 

No ranking da OAG das dez companhias menos pontuais em 2018, a TAP é seguida pela filipina Cebu Pacific (com 41,6% de atrasos nas chegadas) e pela Pakistan International (40,6% de atrasos).

No entanto, a maioria das companhias listadas são operadoras "low cost" de longo curso como a Norwegian ou a Air Asia X. Apesar de estas linhas áreas terem vindo reduzir os custos das viagens intercontinentais, como nota a Bloomberg, a probabilidade de atrasos é "grande". De acordo com a mesma publicação, o modelo de negócio “low cost”, que foi aplicado com sucesso em rotas de curta distância, ainda não demonstrou ser eficaz em voos de longo curso, tendo em conta que as companhias “low cost” não possuem tantos recursos para dar resposta a falhas técnicas.

“Estas são companhias aéreas de longo curso em crescimento e o tamanho das suas frotas não é tão grande como o de algumas transportadoras aéreas tradicionais”, explicou à Bloomberg o director da OAG, John Grant. “Quando têm um atraso ou um problema técnico numa aeronave, o que pode acontecer a qualquer uma, os recursos disponíveis para recuperar [desses problemas] talvez não sejam suficientes”, acrescentou John Grant, garantindo ainda que o desenvolvimento de aeroportos e terminais também está aquém da procura.

A Ryanair foi uma das companhias que ficou de fora deste estudo por falta de dados, sendo que no ano passado vários voos da transportadora de baixo custo foram cancelados devido a uma onda de greves.

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