Tempos de espera nas urgências dispararam ao final do dia

A situação agravou-se em pelo menos dez dos hospitais que publicam estimativas no Portal da Saúde.

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O Hospital Beatriz Ângelo em Loures foi um dos que atingiram tempos de espera muito superiores aos recomendados Daniel Rocha

Ao fim do dia de sábado, pelo menos uma dezena de unidades hospitalares, entre as maiores do país, ultrapassavam os tempos recomendados de 60 minutos para situações urgentes. A situação já era visível a partir das 18h, mas acentuou-se substancialmente nas três horas seguintes.

Às 19h, o Hospital de Loures, um daqueles em que as esperas eram mais longas, marcava como tempo médio de espera três horas e 12 minutos para situações urgentes, mais do que às 18h, quando o tempo de espera médio era de duas horas e 40 minutos. Entre as 20h e as 21h, ultrapassou as quatro horas de espera, como aconteceu no Hospital do Montijo. 

A situação verificava-se também noutros hospitais cujos tempos médios de espera são disponibilizados no portal do Ministério da Saúde, que divulga a situação nas urgências de dezenas de unidades hospitalares em todo o país. 

 O aumento dos tempos de espera nas urgências está relacionado com o pico de frio e de gripes. A Direcção-Geral de Saúde apelou a que as pessoas com sintomas de constipações se dirigissem aos centros de saúde e não às urgências hospitalares.

"O grande conselho que damos é que não vão directamente à urgência. A primeira porta de entrada no sistema de saúde, nesta altura, é o SNS24, através do número 808242424", salientou Graça Freitas, directora-geral da Saúde, lembrando que nessa linha há enfermeiros treinados para fazer a triagem e que as pessoas podem ser tratadas em casa ou nos centros de saúde.

Graça Freitas aconselhou também as pessoas a não tomarem antibióticos por iniciativa própria (porque não são eficientes em doenças que são virais), a protegerem-se do frio e a hidratarem-se.

Na noite de sexta-feira, já tinha havido sinais de caos nas urgências. Segundo o Diário de Notícias, os tempos de espera chegaram a oito horas para os menos urgentes. No Funchal, o hospital registou grande procura no final da semana havendo relatos de falta de macas e cadeiras disponíveis, noticiou o Diário de Notícias da Madeira. Segundo o Jornal de Notícias, o caos nas urgências do hospital de Setúbal fez esgotar o oxigénio para idosos na sexta-feira.

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